Garzón reafirma: Lula é vítima do lawfare!
O juiz espanhol Baltazar Garzón, que se tornou mundialmente conhecido por mandar para a cadeia Augusto Pinochet em 1998, repudiou as recentes declarações de Jair Bolsonaro em defesa do sanguinário ditador chileno.
Garzón entende que qualquer pessoa que saúda um ditador tem certas características de um ditador. “Tem que estar muito atento às atitudes que ferem a liberdade de expressão e a Constituição. Porque suas palavras transmitem uma mensagem muito negativa para a democracia, e isso tem que se controlar e denunciar”, afirmou em entrevista à Carta Capital publicada nesta segunda-feira 30.
No começo de setembro, Bolsonaro disse que "o Chile só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973", referindo-se ao golpe militar que deu início a uma violenta ditadura.
Nessa linha, o juiz espanhol percebe riscos à democracia brasileira.
"Mantendo princípios como os discursos que estão acontecendo, é um grave perigo para a democracia quando ele questiona valores como os que integram a base da democracia. Há coisas que são inalienáveis, intocáveis, como são os direitos das vítimas, como são os direitos da natureza, como são os direitos da nossa sociedade, de como não se pode apelar a mecanismos de repressão justificando-os, tudo isso deve ser denunciado", opinou.
Garzón esteve no Brasil para participar de um evento organizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Além disso, ele foi a Curitiba, onde visitou o presidente Lula.
“Tenho exposto publicamente minha opinião de que está havendo um tipo de perseguição muito grande contra Lula, de política de lawfare, de utilização do direito como arma política e isso é muito perigoso na democracia”, afirmou na entrevista.
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