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Gilmar detona defesa de intervenção militar: "viagem de lunáticos"

Forças Armadas não devem interpretar a Constituição!
publicado 03/06/2020
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(Foto 1: Redes Sociais - Foto 2: Nelson Jr./SCO/STF)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como "irresponsável" e "loucura" a interpretação de Jair Bolsonaro e bolsonaristas de que o artigo 142 da Constituição Federal poderia servir para legitimar uma intervenção militar.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais promovida pelo Valor Econômico, Gilmar  deixou claro que não vê como papel das Forças Armadas avaliar quando um Poder invade a competência do outro. 

“Eu acho algo completamente irresponsável. Vou repetir: é uma interpretação irresponsável aquela que atribui às Forças Armadas o papel de interpretar a Constituição”, disse. “Acho que se instalou no país uma grande loucura, uma grande confusão. Recentemente eu disse que essa tese é uma tese de lunáticos. É uma viagem de lunáticos. O artigo 142 tem uma discussão muito importante que é a missão das Forças Armadas para proteger poderes constitucionais e assegurar a lei e a ordem a pedido de um dos Poderes, mas é só isso”, completou.

Gilmar ainda repudiou o fato de o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, ter sobrevoado um protesto de inspiração autoritária, ao lado de Bolsonaro, e cobrou uma posição da cúpula das Forças Armadas. “Eu acho que, inclusive, os militares têm que ter muito cuidado quando participam dessas manifestações. O próprio general Fernando, que é ministro da Defesa, tem que ter muito cuidado para não estar subscrevendo infrações claras à lei. Acho que tem que tomar muito cuidado. Acho até que os chefes das Forças Armadas deveriam se pronunciar sobre isso", afirmou.