Gilmar não deixou Paulo Preto na estrada
Mello Franco: Serra, Aloysio e Alckmin saem da cadeia (provisoriamente)
publicado
13/05/2018
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Por Bernardo Mello Franco, no Globo Overseas:
Paulo Preto deixou as sombras na campanha de 2010, quando a revista “IstoÉ” narrou um episódio inusitado. Responsável por grandes obras no governo paulista, ele era acusado de sumir com R$ 4 milhões do comitê de José Serra. Como o dinheiro pertenceria ao caixa dois, o tucanato preferiu deixar para lá.
Em debate na TV, a candidata Dilma Rousseff questionou o rival sobre o desfalque. Serra não respondeu. No dia seguinte, repórteres repetiram a pergunta. “Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar”, escapuliu o presidenciável.
A declaração irritou o apanhador do PSDB bandeirante. “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem”, ele reagiu. “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”, acrescentou.
A ameaça ajudou Serra a recuperar a memória. “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”, corrigiu-se. “A acusação é injusta. Ele é totalmente inocente”, afiançou.
No ano passado, a Lava-Jato ressuscitou o fantasma de Paulo Preto. Delatores da Odebrecht contaram que ele organizava o cartel das empreiteiras e recolhia propina para o partido. O operador Adir Assad relatou entregas de dinheiro ao engenheiro. Disse que sua casa tinha até parede falsa para esconder o ervanário.
Em fevereiro, soube-se que o apanhador tucano guardava R$ 113 milhões na Suíça. Ele foi preso em abril, acusado de desvios no Rodoanel e na Marginal Tietê. Na quarta-feira, a colunista Mônica Bergamo informou que o engenheiro pensava em delatar os chefes. Na sexta, o ministro Gilmar Mendes mandou soltá-lo.
Ferido na estrada, Paulo Preto ameaçava carbonizar o senador Serra e o chanceler Aloysio Nunes. Também tinha potencial para torrar a candidatura de Geraldo Alckmin, primeiro governador a nomeá-lo diretor da Dersa.
A canetada do supremo ministro é a terceira camada de blindagem aplicada ao presidenciável em 30 dias. No mês passado, a Procuradoria-Geral da República livrou o tucano da Justiça Criminal. Na quarta-feira, o procurador-geral de São Paulo, Gianpaolo Smanio, retirou outro inquérito do gabinete de um subordinado. Estranhamente, alegou que Alckmin teria foro privilegiado, embora ele não seja mais governador.
Em debate na TV, a candidata Dilma Rousseff questionou o rival sobre o desfalque. Serra não respondeu. No dia seguinte, repórteres repetiram a pergunta. “Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar”, escapuliu o presidenciável.
A declaração irritou o apanhador do PSDB bandeirante. “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem”, ele reagiu. “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”, acrescentou.
A ameaça ajudou Serra a recuperar a memória. “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”, corrigiu-se. “A acusação é injusta. Ele é totalmente inocente”, afiançou.
No ano passado, a Lava-Jato ressuscitou o fantasma de Paulo Preto. Delatores da Odebrecht contaram que ele organizava o cartel das empreiteiras e recolhia propina para o partido. O operador Adir Assad relatou entregas de dinheiro ao engenheiro. Disse que sua casa tinha até parede falsa para esconder o ervanário.
Em fevereiro, soube-se que o apanhador tucano guardava R$ 113 milhões na Suíça. Ele foi preso em abril, acusado de desvios no Rodoanel e na Marginal Tietê. Na quarta-feira, a colunista Mônica Bergamo informou que o engenheiro pensava em delatar os chefes. Na sexta, o ministro Gilmar Mendes mandou soltá-lo.
Ferido na estrada, Paulo Preto ameaçava carbonizar o senador Serra e o chanceler Aloysio Nunes. Também tinha potencial para torrar a candidatura de Geraldo Alckmin, primeiro governador a nomeá-lo diretor da Dersa.
A canetada do supremo ministro é a terceira camada de blindagem aplicada ao presidenciável em 30 dias. No mês passado, a Procuradoria-Geral da República livrou o tucano da Justiça Criminal. Na quarta-feira, o procurador-geral de São Paulo, Gianpaolo Smanio, retirou outro inquérito do gabinete de um subordinado. Estranhamente, alegou que Alckmin teria foro privilegiado, embora ele não seja mais governador.