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Golpe na Bolívia lembra o que Pinochet deu no Chile em 1973

Povo chileno mostra as consequências do golpe
publicado 11/11/2019
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Via Opera Mundi - A renúncia forçada do presidente da Bolívia, Evo Morales, é comparável a um golpe de Estado ocorrido há menos de meio século em outro país da região, afirma Julio Gambia, presidente da Sociedade Latino-Americana de Economia e Pensamento Crítico (SEPLA).

"Temos que recuperar a memória histórica e pensar em 1973, no golpe de Estado no Chile que agora está sendo desafiado pela mobilização popular", destacou Gambina em entrevista ao canal RT.

O analista se refere às décadas que o povo chileno sofreu com as medidas do ditador Augusto Pinochet, estipuladas na Carta Magna do Chile e que hoje são combatidas pelo povo mediante protestos massivos por todo o país.

Morales renunciou ao cargo neste domingo (10/11) após um golpe de Estado iniciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares "sugerirem" que ele renunciasse.

"Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui", disse o presidente, durante discurso após a renúncia. "Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. [...] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial", disse o presidente.

Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.

O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, também renunciou ao cargo e afirmou que "o golpe de Estado se consumou".

Minutos depois da renúncia de Evo, a presidente do Senado boliviano, Adriana Salvatierra, que seria a próxima na linha sucessória do país, renunciou ao cargo. O presidente da Câmara, Víctor Borda, havia renunciado mais cedo. A Constituição do país não diz quem herda o cargo em uma situação como esta.

Militares pediram renúncia

O comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kalliman, pediu na tarde deste domingo que Morales renunciasse ao cargo.

"Ao analisar a situação conflituosa interna, sugerimos ao presidente de Estado que renuncie a seu mandato presidencial, permitindo a pacificação e a permanência da estabilidade pelo bem de nossa Bolívia", disse o comandante.

Desde a vitória de Evo nas últimas eleições presidenciais, os partidos de oposição têm se recusado a aceitar os resultados e incitam um golpe de Estado contra o governo do Movimento ao Socialismo (MAS).

O comandante geral da polícia boliviana, Yuri Calderón, também aderiu ao pedido de renúncia da Evo. "Nos somamos ao pedido do povo boliviano de sugerir ao senhor presidente Evo Morales que apresente sua renúncia para pacificar o povo da Bolívia", disse.

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