Governo Bolsonaro é uma fábrica de caixões
Xavier: tragédia de Suzano não é obra do acaso
publicado
14/03/2019
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Um governo que tem pólvora em vez de miolos no cérebro
O Conversa Afiada publica sereno (sempre!) artigo de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
O espetáculo de horror em Suzano não pode ser visto como fatalidade. Obviamente foi cultivado pelo ambiente fascista que há cerca de três anos pelo menos vem ganhando espaço no Brasil. O governo Bolsonaro é o ápice desta escalada, iniciada com a deposição de uma presidente legitimamente eleita.
Sempre haverá quem diga que episódios parecidos, como o de Realengo (2011), sangraram o país em outros momentos. Mas igualar as situações é como comparar terremotos, que independem de quem está à frente do país onde acontecem.
Não é este o caso.
Examine o histórico de um dos atiradores. Guilherme Monteiro, 17 anos, cultuava armas e, alguma surpresa?, era admirador de Bolsonaro e sua famiglia. Segundo a revista Época, ele chegou a interagir com o deputado federal Eduardo Bolsonaro em uma imagem na qual o filho do agora presidente ostenta arma de alto calibre.
Quis a história que a tragédia de Suzano explodisse quase ao mesmo tempo em que Bolsonaro defendia o relaxamento do porte de armas, além do que já fez quanto à posse. Foi mais longe: disse que só dorme com um revólver ao lado num dos lugares mais seguros do país, o Palacio da Alvorada. A resposta a mais essa sucessão de insanidades veio logo depois, numa escola pública.
Estatísticas internacionais comprovam que a liberalização do porte e da posse de armas multiplica o número de mortes.
Para comparar coisas comparáveis, os Estados Unidos têm uma taxa de 5 homicídios por 100 mil habitantes. Já nos países mais desenvolvidos da Europa, a proporção média é de 1, ou até menos, para cada 100 mil.
Especialistas não têm dúvidas em indicar como vetor desta diferença a liberdade quase irrestrita oferecida aos americanos para adquirir e portar armas.
Imagine agora o que vai acontecer no Brasil, onde o número de homicídios equivale a uma Guerra do Vietnã por ano. Só quem tem pólvora em vez de miolos no cérebro pode pensar que distribuir fuzis e pistolas a granel vai estancar a violência.
O contrário é praticamente certo. O programa deste governo reside no império da brutalidade em todos os quadrantes – político, econômico, social, intelectual. Tudo temperado com boçalidades inacreditáveis, como armar professores ou recolher vídeos-games.
Segurança pública decente, civilizada e investigativa, nem pensar. O ministro Sérgio Criminoso Moro está desmoralizado. Virou o bobo da corte. Nada conhece do assunto e fecha os olhos deliberadamente diante de ministros enrolados com a Justiça, laranjais, milicianos, assassinatos como o da vereadora Marielle e desmandos da famiglia no poder.
A prosseguir este governo, caldeirão do ódio, o horizonte pela frente aponta para novos Suzanos espalhados pelo país.
Joaquim Xavier
Sempre haverá quem diga que episódios parecidos, como o de Realengo (2011), sangraram o país em outros momentos. Mas igualar as situações é como comparar terremotos, que independem de quem está à frente do país onde acontecem.
Não é este o caso.
Examine o histórico de um dos atiradores. Guilherme Monteiro, 17 anos, cultuava armas e, alguma surpresa?, era admirador de Bolsonaro e sua famiglia. Segundo a revista Época, ele chegou a interagir com o deputado federal Eduardo Bolsonaro em uma imagem na qual o filho do agora presidente ostenta arma de alto calibre.
Quis a história que a tragédia de Suzano explodisse quase ao mesmo tempo em que Bolsonaro defendia o relaxamento do porte de armas, além do que já fez quanto à posse. Foi mais longe: disse que só dorme com um revólver ao lado num dos lugares mais seguros do país, o Palacio da Alvorada. A resposta a mais essa sucessão de insanidades veio logo depois, numa escola pública.
Estatísticas internacionais comprovam que a liberalização do porte e da posse de armas multiplica o número de mortes.
Para comparar coisas comparáveis, os Estados Unidos têm uma taxa de 5 homicídios por 100 mil habitantes. Já nos países mais desenvolvidos da Europa, a proporção média é de 1, ou até menos, para cada 100 mil.
Especialistas não têm dúvidas em indicar como vetor desta diferença a liberdade quase irrestrita oferecida aos americanos para adquirir e portar armas.
Imagine agora o que vai acontecer no Brasil, onde o número de homicídios equivale a uma Guerra do Vietnã por ano. Só quem tem pólvora em vez de miolos no cérebro pode pensar que distribuir fuzis e pistolas a granel vai estancar a violência.
O contrário é praticamente certo. O programa deste governo reside no império da brutalidade em todos os quadrantes – político, econômico, social, intelectual. Tudo temperado com boçalidades inacreditáveis, como armar professores ou recolher vídeos-games.
Segurança pública decente, civilizada e investigativa, nem pensar. O ministro Sérgio Criminoso Moro está desmoralizado. Virou o bobo da corte. Nada conhece do assunto e fecha os olhos deliberadamente diante de ministros enrolados com a Justiça, laranjais, milicianos, assassinatos como o da vereadora Marielle e desmandos da famiglia no poder.
A prosseguir este governo, caldeirão do ódio, o horizonte pela frente aponta para novos Suzanos espalhados pelo país.
Joaquim Xavier
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