Aliado compara MT a São Sebastião

Planalto prevê denúncia da PGR contra presidente

(…) Um aliado influente no Congresso Nacional minimizou as recentes prisões de auxiliares de Temer - o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves e o suplente de deputado federal Rodrigo Rocha Loures -, e o risco de eventuais delações, que possam comprometer o presidente. Outro receio do Planalto é quanto ao eventual oferecimento de denúncias conta os dois principais auxiliares de Temer, que respondem a inquéritos no âmbito da Lava-Jato no STF: Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. Se transformados em réus, Temer poderá ser obrigado a afastá-los do governo.

Este aliado, do primeiro escalão do Congresso, minimizou o impacto dos fatos novos, que agravaram a crise, comparando o presidente ao mártir da Igreja Católica: "Como novas flechadas podem piorar a situação de São Sebastião?", questionou. Para aliados que frequentam o Planalto, as "novas flechadas" deverão desestabilizar ainda mais o governo, mas não derrubá-lo.

Um auxiliar do núcleo mais próximo de Temer afirma que, superado o julgamento na Corte eleitoral, a nova artilharia partirá, mais uma vez, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A aposta é de que Janot não aguardará a conclusão do inquérito que investiga Temer pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e obstrução à Justiça, e oferecerá a denúncia, pedindo ao Supremo Tribunal Federal que instaure a ação penal contra o presidente, transformando-o em réu. (...)