Grupo de Puebla repudia invasão da embaixada venezuelana
Após a criminosa invasão da Embaixada da Venezuela em Brasília nesta quarta-feira 13/XI, o Grupo de Puebla, fórum político e acadêmico composto por progressistas de várias partes do mundo, prontamente emitiu nota oficial para cobrar que o governo de Jair Bolsonaro cumpra com suas responsabilidades.
Leia a nota:
Expressamos nossa preocupação com a atitude do governo brasileiro em relação à invasão e à tentativa de captura da embaixada da Venezuela, na cidade de Brasília, por cidadãos brasileiros e venezuelanos, durante a madrugada de 13 de novembro.
Solicitamos ao governo brasileiro que atue de acordo com o direito internacional, que estabelece que a segurança das embaixadas é de responsabilidade do país que hospeda a representação. É um imperativo insuperável garantir as prerrogativas, concessões e imunidades das missões diplomáticas e consulares, bem como a segurança de agentes e funcionários, a fim de desempenharem suas funções de forma plena e livre no país em que realizam suas atividades, sem interferência indevida do país receptor.
As prerrogativas e concessões usufruídos pelas embaixadas derivam da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, que estabelece um marco para as relações entre países e estabelece a inviolabilidade da sede da missão diplomática, de seus escritórios e arquivos e de seus funcionários.
A atitude do governo brasileiro de não agir para garantir a segurança dos membros do corpo diplomático venezuelano, forçando-os a adotar atitudes de legítima defesa para manter a integridade do espaço da Missão e das pessoas ali refugiadas, é uma agressão que ameaça imediatamente às outras 134 embaixadas e aos 250 escritórios consulares presentes no país.
Do Grupo Puebla, observamos com preocupação a clara intenção de gerar confusão e alterar a paz social em torno da reunião da cúpula do BRICS, que se soma a escalada de violência, que avança no continente, contra as forças progressistas.
Portanto, instamos a comunidade internacional à observar a conduta do governo brasileiro, a fim de fazer cumprir os acordos internacionais que regem as relações entre nossos países.
Assinado, 13 de novembro de 2019
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