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Jandira quer uma oposição que vá além da Esquerda

"Não é o momento de se isolar, mas de ampliar"
publicado 14/01/2019
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Do Jornal do Brasil:

Eleita deputada federal pela sétima vez, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que a Câmara dos Deputados não terá um presidente do campo da esquerda porque a correlação de forças não permite e, por isso, defende que os partidos progressistas juntos construam um bloco amplo de oposição, incluindo legendas de centro, para enfrentar possíveis retrocessos patrocinados pelo governo Bolsonaro e seus aliados. O melhor caminho, afirma, é trabalhar pela eleição de um presidente da Casa que mantenha a independência do Legislativo e garanta espaço de atuação para a oposição. “Quem foi para luta institucional tem que entender qual é o papel que vai cumprir agora. A melhor forma de ajudar a sociedade hoje é ampliar nossas forças”.

Com a experiência de 24 anos nos meandros políticos da Câmara, conhecedora do Regimento Interno da Casa e como as disputas por espaço se dão no Parlamento, Jandira diz que primeiro PT, PSOL, PCdoB, PDT e PSB precisam estar unidos para construir essa coalizão para além da esquerda. Lançar ou não candidato de oposição, diz a deputada, é uma segunda etapa. “A política institucional hoje exige uma atitude para além de marcar posição. Não é o momento da gente se isolar, é o momento da gente ampliar”, diz lembrando que com apenas 135 parlamentares de esquerda e sem ter como atuar pouco será possível fazer.

Para ela, candidatura como a do PSOL, que lançou o nome do deputado eleito Marcelo Freixo (RJ) ao comando da Casa “não responde a essa perspectiva porque ela nos coloca numa posição de isolamento ao invés de ampliar a possibilidade de alcançar partidos mais ao centro”. “Nós devemos buscar uma tela maior de proteção e ampliação”, diz. Só a esquerda, diz Jandira, “não corresponde nem a necessidade da população, nem do país e nem da própria esquerda. Esse isolamento não corresponde à mudança do cenário que o país viveu”, diz referindo-se às eleições de 2018.

Jandira Feghali enfatiza que a eleição da Câmara não é programática, por isso, a oposição dever trabalhar para que o próximo presidente garanta democracia e pluralismo, não permita mudanças que dificultem a atuação da minoria, e que o novo presidente não fique a reboque do Palácio do Planalto. “Que a pauta da Câmara não se paute pela pauta do governo necessariamente. A Câmara tem que ter independência em relação aos outros poderes e para isso precisa de coragem política”, afirma. “Queremos que essa pessoa tenha firmeza, então não pode ser um cara vinculado ao governo”, acrescenta.

Conhecida por sua atuação combativa, a parlamentar carioca, que também já foi deputada estadual e tem uma ação de destaque na Câmara, explica que a disputa não se resume a cargos. “Não é o problema só de ter uma comissão ou outra porque isso a depender do bloco que você componha, vai ter o direito as suas comissões. É a realização de uma política mais ampla que nos permita aumentar a possibilidade de atuação”, enfatiza.

“Vamos precisar de ter um trânsito político mais amplo, vamos precisar impedir a asfixia do regimento, impedir a criminalização da esquerda, impedir a criminalização dos movimentos sociais, embarrerar determinados projetos... precisamos criar instrumentos de atuação, buscar relatorias de projetos importantes, de medidas provisórias. Ou seja, vamos precisar criar instrumentos de ação dentro da Casa e criar resistências e, para isso, vamos precisar de mais gente para além da esquerda”, explica.

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