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Janot pede novo inquérito contra o Mineirinho

Há suspeita de propina de mais de R$ 60 milhões
publicado 03/06/2017
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Do vencedor do troféu Conexões Tigre, no Estadão:

Além de oferecer denúncia contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, pediu a abertura de um novo inquérito para apurar supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em separado.

Em relação a corrupção passiva, a PGR aponta necessidade de investigar três pontos principais: “o pagamento de propina da ordem de mais de R$ 60 milhões feito em 2014 ao parlamentar por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas por ele”, o pagamento a diversos partidos para apoiarem a candidatura à Presidência da República em 2014, e “o pagamento de dinheiro em espécie feito diretamente a Frederico Pacheco de Medeiros, primo do Senador e por este indicado para receber os valores”.

“Os colaboradores narraram que, em contrapartida a todos esses pagamentos, o Senador Aécio Neves utilizou de seu mandato para beneficiar diretamente interesses do grupo, como, por exemplo, na liberação de créditos de 12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e dos créditos de 11,5 milhões de ICMS da empresa Da Grança, sediada em Uberaba e adquirida pela JBS na compra da Seara”, disse Rodrigo Janot.

 (...) O outro crime apontado pela PGR é a ocultação e a dissimulação de valores, “o que se enquadra na provável prática do crime de lavagem de dinheiro”. Janot cita um diálogo interceptado entre Frederico Pacheco, primo do senador, e Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG),

“Interceptou-se colóquio no qual Frederico Pacheco pede para Mendherson falar com “TOSTÃO”, empregado do escritório de Zezé Perrela, para fazer um depósito, conforme solicitação de Denise, secretária daquele primeiro. Em outra oportunidade, no diálogo interceptado de 04/05/2017, a pessoa identificada como Michelline indaga a Mendherson a origem da quantia de R$ 500 mil que foi depositada, no mês de abril, na conta da empresa Tapera, e procedente da ENM Auditoria.

(...) Segundo Janot, as investigações apontaram vínculo entre o contador de Belo Horizonte Euler Nogueira Mendes, dono da empresa ENM Auditoria e Assessoria, e os demais envolvidos no suposto recebimento da vantagem indevida em favor de Aécio Neves.

(...)

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