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Jean Wyllys: Crusoé me usa para fazer teoria conspiratória!

Jornalismo (sic) típico de quem serve de capacho ao poder!
publicado 24/06/2019
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(Reprodução/Twitter/Jean Wyllys)

De Jean Wyllys, em seu perfil no Twitter:

O “editor de internacional” (cuja identidade vou preservar por ora) de uma revista chamada Crusoé - da qual nunca tinha ouvido falar, mas que descobri ser uma revista de sustenção do bolsolavatismo, ou seja, de extrema-direita - enviou-me o e-mail abaixo com essas perguntas.

Não é preciso ser muito inteligente para perceber os objetivos sujos da revista, principalmente a partir da última pergunta.

A Crusoé quer investir na teoria conspiratória mentirosa e nas calúnias espalhas pelo perfil Pavão, criado no Twitter - e deletado no mesmo dia - com o único propósito de espalhar calúnia e teoria conspiratória para atacar Glenn Greenwald e The Intercept.

E, assim, tirar a atenção da opinião pública das ilegalidades e imoralidades perpetradas por Sergio Moro e Deltan Dallagnol na Lava Jato.

O tom das perguntas da revista bolsonarista - cujo jornalista eu não conheço, mas sei que não ganhou um Pulitzer ou Oscar que me levasse a crer em sua honestidade intelectual ao ponto de lhe responder às questões - é de uma arrogância típica dos que servem de capacho ao poder.

Mas o que ele se esqueceu é de que eu não lhe devo (nem a ninguém) qualquer satisfação de minha vida privada. E que eu escolheria a qual jornal ou revista eu daria alguma satisfação da minha vida privada, caso algum dia desejasse fazê-lo.

Não sou mais servidor público. Os servidores públicos em questão são Sergio Moro, ministro da Justiça, e Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público Federal. São eles que devem satisfação de seus atos e de seus ganhos à nação e à imprensa.

 Então, por que mesmo a Crusoé, em vez de interpelar o ministro e o procurador sobre seus atos ilegais, antiéticos e imorais na Lava Jato, denunciados por The Intercept, Reinaldo Azevedo e Folha de São Paulo, está atrás de mim?

Por que a Crusoé em vez de perguntar quanto Moro e Dallagnol embolsaram até agora em palestras e conferências privadas desde que convertidos em “heróis” no auge do antipetismo no Brasil, está interessada em saber da minha vida aqui na Europa?

Por que a Crusoé não quer me ouvir sobre as ameaças de morte e a campanha difamatória contra mim reconhecidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e que têm a ver com a campanha que deu a vitória ao presidente?

Por que a Crusoé não quer me ouvir sobre o que tenho a dizer acerca da relação entre a minha saída do país e a execução de Marielle Franco por sicários saídos das milícias do Rio de Janeiro e que mantém relações com o presidente e seus filhos?

A Crusoé, longe do jornalismo ético e de qualquer interesse benéfico em minha vida, quer reforçar uma teoria conspiratória mentirosa e as calúnias contra Glenn Greenwald e The Intercept para tentar impedir a erosão do ministro da Justiça Sergio Moro.

A Crusoé quer me usar para seu propósito sujo de fazer valer uma teoria mentirosa e calúnias, já que sou, para a revista, o elo mais fraco do que ela julga uma corrente. Não vou deixar!

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