Joaquim Xavier: aqui jaz Ciro Gomes
Democracia ou fascismo. Tudo mais é blá-blá-blá
publicado
27/10/2018
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O Conversa Afiada reproduz artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
O Brasil nunca esteve diante de uma escolha tão clara: democracia ou fascismo. Tudo o mais que se fale é blá-blá-blá. Neste tipo de escolha, não há muro. Existe lado.
Do lado do fascismo, Temer, FHC, Dória, Rodrigo Maia, supreminho, “acadêmicos” de araque, colunistas de aluguel e tantos outros não vacilaram. Optaram pelo lado das trevas, do massacre aos pobres, da censura, da tortura. Do enterro da soberania nacional.
Do outro, além de multidões cada vez maiores e aguerridas, encontramos a maioria do país: o povo humilde, os desvalidos, um Brasil que há séculos tem sido usado pelas elites apodrecidas como fornecedor de abutres, do grande capital, de uma burguesia parasitária e seus serviçais –uma mídia à la carte, congressistas pilantras, executivo capatazes. Jessé Souza já esgotou o assunto com seu best-seller.
Nada mais natural que, num momento como esse, gente que se manifesta pelas liberdades há tanto tempo –apesar de trajetórias tortuosas e muitas vezes oportunistas—aderissem à democracia. Sem que isto implicasse, ou obrigasse, abrir mão de críticas mesmo ácidas ao tempo em que, durante 13 anos, o país procurou romper com a rotina de exploração incontida do trabalho da maioria assalariada, da perseguição às mulheres, jovens. minorias.
Os governos Lula de Dilma cometeram erros aos magotes. Cederam a banqueiros, afagaram a grande mídia, costuraram alianças mal-cheirosas. Não seria diferente. Nunca se disseram revolucionários, no máximo reformistas. Mas o fato é que o Brasil melhorou. Os números estão aí para quem quiser ver.
Mais e tão importante: preservaram a democracia. Responda à pergunta: quantos jornalistas, oposicionistas, quantos adversários foram perseguidos ou presos naqueles anos? A que censura a imprensa foi submetida? Quantas universidades foram invadidas? Quantos crimes deixaram de ser investigadas mesmo dentro das limitações da polícia?
Quer mais: que governos antes daqueles aprovaram leis e mecanismos capazes de rastrear a corrupção, investigar acusados, identificar culpados?
A resposta fala por si só. Pelo menos para democratas de verdade.
Ciro Gоmes, que se hospedou em vários partidos, sempre se apresentou ao povo como um desses democratas. Vamos combinar, sua biografia é de mediana pra baixo. Criou um curral no Ceará, fez algumas benfeitorias ao lado de seu amigo do peito tucano Tasso Jereissatti e se valeu da incontinência verbal para ganhar visibilidade. Nada contra. A política tem seus códigos, não é um convívio de freiras, espaços são disputados em guerra de gente brutal.
Mas há momentos em que os personagens têm que revelar seu caráter por trás desta cenografia. É como alguém que possui uma arma e tem que decidir se mata ou morre para defender princípios. A não ser que passem de oportunistas interessados apenas neles, danem-se os que nele acreditassem. Getúlio, por exemplo, preferiu morrer. Não sou eu quem vai julgar esta decisão.
Para espanto daqueles que nele acreditavam, Ciro Gоmes e família escolheram o lado do fascismo. Ciro desnudou-se. Quer ser o candidato à presidência, mas esquece que falta a ele o mais importante numa democracia: votos. Ciro perdeu de Haddad, um candidato cuja campanha não durou mais de três semanas.
Sim, Haddad representa um líder popular preso injustamente pelas forças que querem manter o país no atraso de que Lula tentou tirar o Brasil, mesmo com todas as limitações. Na democracia, o que vale é o voto. Como Ciro queria sentar na janela se foi derrotado nas urnas? Há uma frase que resume tudo: o importante não é querer ser candidato; é que os eleitores queiram que vc seja o candidato. E as urnas mostraram que o povo quer que Haddad seja o candidato contra o fascismo de Bolsonaro.
No último domingo, o capitão fracassado do exército expôs seu programa de governo. Em resumo: Lula apodrecer na cadeia, Fernando Haddad e Lindbergh na prisão, opositores enviados ao exílio, fuzilamento dos pobres, venda do Brasil, escolas de caserna, imprensa oposicionista banida e tudo o mais que caracteriza um regime totalitário. Como ele disse, um Brasil de “50 anos atrás”: Faça as contas: 2018-50=1968, ano do Ato Institucional número 5, que despedaçou qualquer liberdade no Brasil. Nem precisa desenhar.
Como lavar as mãos diante disso, Ciro? Fale-se o que quiser de Leonel Brizola, do PDT, partido que hoje abriga o Ciro até o próximo que Ciro encontre para baldear. Derrotado por Lula no primeiro turno em 1989 na luta contra Fernando Collor, Brizola não titubeou: apoiou Lula no segundo turno e descarregou incondicionalmente seus votos no “sapo barbudo”, como ele mesmo chamava. E lembre-se que a plataforma de Collor, comparada à de Bolsonaro, era um conto de fadas. Brizola deixou vaidades de lado e pensou no Brasil. Ciro não chega a ser nem sequer um genérico do grande líder trabalhista. É sua negação.
Do lado do fascismo, Temer, FHC, Dória, Rodrigo Maia, supreminho, “acadêmicos” de araque, colunistas de aluguel e tantos outros não vacilaram. Optaram pelo lado das trevas, do massacre aos pobres, da censura, da tortura. Do enterro da soberania nacional.
Do outro, além de multidões cada vez maiores e aguerridas, encontramos a maioria do país: o povo humilde, os desvalidos, um Brasil que há séculos tem sido usado pelas elites apodrecidas como fornecedor de abutres, do grande capital, de uma burguesia parasitária e seus serviçais –uma mídia à la carte, congressistas pilantras, executivo capatazes. Jessé Souza já esgotou o assunto com seu best-seller.
Nada mais natural que, num momento como esse, gente que se manifesta pelas liberdades há tanto tempo –apesar de trajetórias tortuosas e muitas vezes oportunistas—aderissem à democracia. Sem que isto implicasse, ou obrigasse, abrir mão de críticas mesmo ácidas ao tempo em que, durante 13 anos, o país procurou romper com a rotina de exploração incontida do trabalho da maioria assalariada, da perseguição às mulheres, jovens. minorias.
Os governos Lula de Dilma cometeram erros aos magotes. Cederam a banqueiros, afagaram a grande mídia, costuraram alianças mal-cheirosas. Não seria diferente. Nunca se disseram revolucionários, no máximo reformistas. Mas o fato é que o Brasil melhorou. Os números estão aí para quem quiser ver.
Mais e tão importante: preservaram a democracia. Responda à pergunta: quantos jornalistas, oposicionistas, quantos adversários foram perseguidos ou presos naqueles anos? A que censura a imprensa foi submetida? Quantas universidades foram invadidas? Quantos crimes deixaram de ser investigadas mesmo dentro das limitações da polícia?
Quer mais: que governos antes daqueles aprovaram leis e mecanismos capazes de rastrear a corrupção, investigar acusados, identificar culpados?
A resposta fala por si só. Pelo menos para democratas de verdade.
Ciro Gоmes, que se hospedou em vários partidos, sempre se apresentou ao povo como um desses democratas. Vamos combinar, sua biografia é de mediana pra baixo. Criou um curral no Ceará, fez algumas benfeitorias ao lado de seu amigo do peito tucano Tasso Jereissatti e se valeu da incontinência verbal para ganhar visibilidade. Nada contra. A política tem seus códigos, não é um convívio de freiras, espaços são disputados em guerra de gente brutal.
Mas há momentos em que os personagens têm que revelar seu caráter por trás desta cenografia. É como alguém que possui uma arma e tem que decidir se mata ou morre para defender princípios. A não ser que passem de oportunistas interessados apenas neles, danem-se os que nele acreditassem. Getúlio, por exemplo, preferiu morrer. Não sou eu quem vai julgar esta decisão.
Para espanto daqueles que nele acreditavam, Ciro Gоmes e família escolheram o lado do fascismo. Ciro desnudou-se. Quer ser o candidato à presidência, mas esquece que falta a ele o mais importante numa democracia: votos. Ciro perdeu de Haddad, um candidato cuja campanha não durou mais de três semanas.
Sim, Haddad representa um líder popular preso injustamente pelas forças que querem manter o país no atraso de que Lula tentou tirar o Brasil, mesmo com todas as limitações. Na democracia, o que vale é o voto. Como Ciro queria sentar na janela se foi derrotado nas urnas? Há uma frase que resume tudo: o importante não é querer ser candidato; é que os eleitores queiram que vc seja o candidato. E as urnas mostraram que o povo quer que Haddad seja o candidato contra o fascismo de Bolsonaro.
No último domingo, o capitão fracassado do exército expôs seu programa de governo. Em resumo: Lula apodrecer na cadeia, Fernando Haddad e Lindbergh na prisão, opositores enviados ao exílio, fuzilamento dos pobres, venda do Brasil, escolas de caserna, imprensa oposicionista banida e tudo o mais que caracteriza um regime totalitário. Como ele disse, um Brasil de “50 anos atrás”: Faça as contas: 2018-50=1968, ano do Ato Institucional número 5, que despedaçou qualquer liberdade no Brasil. Nem precisa desenhar.
Como lavar as mãos diante disso, Ciro? Fale-se o que quiser de Leonel Brizola, do PDT, partido que hoje abriga o Ciro até o próximo que Ciro encontre para baldear. Derrotado por Lula no primeiro turno em 1989 na luta contra Fernando Collor, Brizola não titubeou: apoiou Lula no segundo turno e descarregou incondicionalmente seus votos no “sapo barbudo”, como ele mesmo chamava. E lembre-se que a plataforma de Collor, comparada à de Bolsonaro, era um conto de fadas. Brizola deixou vaidades de lado e pensou no Brasil. Ciro não chega a ser nem sequer um genérico do grande líder trabalhista. É sua negação.
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