Marcos Nobre: caminho é o impeachment de Bolsonaro
No caderno Ilustríssima, da Folha de S.Paulo, o cientista político Marcos Nobre, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e professor de filosofia da Unicamp, escreve sobre a possibilidade de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O Conversa Afiada pincela alguns trechos:
"Algum entendimento mínimo entre diferentes posições políticas dentro do campo democrático tem de se formar com base na concordância de que Bolsonaro representa um risco grande demais ao país e à democracia para continuar na Presidência.
Formar uma frente dessa amplitude vai exigir, por exemplo, uma mudança na atitude de continuar a tentar colocar a culpa em alguém —no PT, no governo Dilma, no golpe de 2016, no governo Temer, nas elites, em grupos religiosos—, como se isso pudesse nos tirar do buraco em que nos metemos. Haverá disposição para isso?
O impeachment bem-sucedido de Bolsonaro exigirá um acordo de amplitude semelhante àquele que derrubou Collor. Somente assim o pior ficará para trás. Derrubar Bolsonaro só será possível se esse grande acordo não tiver caráter diretamente eleitoral ou de negociação miúda sobre a composição do futuro governo.
Se forem esses os caminhos decididos pela sociedade e por forças políticas relevantes, se a direita e a esquerda democráticas não procurarem se entender, o resultado será a continuidade do colapso institucional que vivemos desde junho de 2013. Será a continuidade do ambiente propício ao surgimento de Bolsonaros. Será a continuidade do risco para a sobrevivência da própria democracia."
O texto completo está aqui.