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Maria Cristina a Haddad: não culpe o mensageiro

É preciso olhar para os próprios erros
publicado 16/10/2018
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O Conversa Afiada extrai do PiG cheiroso breve e contundente observação de Maria Cristina Fernandes:

Culpar o mensageiro não ganha a eleição; é preciso olhar para os próprios erros


Economista, seus filhos e o presidente do seu partido sobre questões tão básicas como a reforma da Previdência.

Foi a apuração de repórteres que trouxe à luz atos de violência bolsonarista contra eleitores que não estão dispostos a votar no seu candidato.

Depois disso tudo, ontem, Fernando Haddad, candidato do PT e adversário de Bolsonaro tomou a iniciativa de criticar o trabalho dos jornalistas. Acusou a imprensa de naturalizar o candidato do PSL. Disse que se trata de um dos piores parlamentares da história e que isso está sendo banalizado. Acusou ainda os jornalistas de venderem um Bolsonaro diferente do que ele é.

Fernando Haddad resolveu competir com Jair Bolsonaro na crítica à imprensa. O candidato do PSL está sendo tratado como um candidato porque seu registro foi aceito pela justiça eleitoral. E passou para o segundo turno porque 46 milhões de eleitores assim o quiseram.

Há erros no trabalho da imprensa? Sim, a começar pela dificuldade de lidar com esse desconhecido mundo das notícias falsas, que não é produzido por jornalistas, mas por uma campanha subterrânea que nem a justiça eleitoral consegue identificar.

Mas diversos órgãos de imprensa, desde o início da campanha, montaram serviços para detectar e publicar a manipulação de informações. E campanha de Haddad, que já sabia que essa fábrica de notícias falsas viria, não se preparou para enfrentá-la por que?

A campanha do PT também erra. É difícil saber se a iniciativa dos erros é só do candidato ou se por orientação petista. É natural que o candidato não possa acusar os juízes do jogo, que é a justiça eleitoral, pelo comportamento errático em relação às notícias falsas, mas não adianta dirigir a artilharia contra os mensageiros.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), já soma 130 agressões relacionadas à cobertura das eleições. Os jornalistas apanham do candidato mais criticado e também do seu adversário.

Esse é o jogo, mas se o candidato se preocupa mais em apontar os equívocos na imprensa do que olhar para os próprios erros que ele e seu partido cometem mais distante ficará sua vitória no dia 28.

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