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Mercadante defende impeachment de Bolsonaro só depois da pandemia

Pedido "está em quarentena"
publicado 10/05/2020
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(Agência Brasil)

O ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou, em entrevista à revista Época publicada neste domingo 10/V, que o "impeachment de Bolsonaro está em quarentena na pandemia".

"O PT tem prioridade absoluta neste momento na defesa da vida, em tentar sustentar o isolamento social, em mostrar que a medicina baseada em evidências científicas exige que esses procedimentos sejam adotados. Só teremos vacina provavelmente em meados do ano que vem. Não há imunidade a esse vírus, muito agressivo. Não há fármacos, retrovirais nem vacinas contra os outros coronavírus até hoje. Tudo vai na linha de que você precisa ficar em casa. Nossa segunda preocupação é que, se não houver sustentação econômica para o isolamento, ele será violado. É isso que o Bolsonaro, o obscurantismo, e parte de uma elite econômica e irresponsável patrocinam. Por isso lutamos pela renda básica emergencial. Lutamos por linhas de crédito especiais para micro e pequena empresa. Você precisa de crédito para arrolar dívida. Só depois disso tudo virá o impeachment. O impeachment de Bolsonaro está em quarentena na pandemia", disse Mercadante.

Para ele, "não há sequer acordo para votar algo que não tenha consenso. Trabalhamos em situação de emergência. Mas, passando a crise, está na pauta. Até porque a situação dele é muito grave".

Mercadante também projetou a possibilidade de uma frente ampla contra Bolsonaro nas eleições de 2022:

"No primeiro turno vamos ter no limite uma frente de esquerda. É o limite. Isso está em aberto, porque tem Flávio Dino no PCdoB, o PDT vai ter Ciro Gomes, o PT vai ter uma candidatura, provavelmente o Haddad, mas tem o Rui Costa. No segundo turno, temos que compor alianças. O espaço da direita está se fragmentando. O centro conservador está se movimentando. Daqui até lá, temos um tsunami para atravessar".