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Ministério de Moro negou a Lula o acesso a dados sobre conluio entre EUA e Lava Jato

Quatro dias antes da demissão
publicado 09/05/2020
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(Redes Sociais)

Quatro dias dantes da demissão de Sergio Moro, uma secretaria subordinada ao Ministério da Justiça negou à defesa do presidente Lula o acesso a documentos que tratam de uma colaboração informal entre os Estados Unidos e a Operação Lava Jato. A decisão foi assinada por Vladmir Pereira Passos, secretário Nacional de Justiça, e revelada neste sábado 9/V pela Folha de S.Paulo. Passos era desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e foi indicado ao cargo por Moro. Ele deixou o cargo logo após a saída do ministro.

No pedido, a defesa de Lula cita uma manifestação pública do vice-procurador-geral adjunto do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Kenneth Blanco, na qual ele menciona a colaboração informal dos estadunidenses com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. “Dado o relacionamento íntimo entre o Departamento de Justiça e os promotores brasileiros, não dependemos apenas de procedimentos oficiais como tratado de assistência jurídica mútua, que geralmente levam tempo e recursos consideráveis para serem escritos, traduzidos, transmitidos oficialmente e respondidos”, diz Blanco, em trecho destacado pela defesa.

A justificativa do secretário de Moro para negar o pedido da defesa de Lula é que poderia haver a necessidade de sigilo nos documentos solicitados.

À Folha, disse Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula:

“Já conseguimos provar que houve uma cooperação de autoridades norte-americanas com a Lava Jato no caso do ex-presidente Lula que não está documentada nos processos e que, portanto, é ilegal.

O que buscamos agora é descobrir exatamente qual foi essa cooperação e todos que participaram dessa ilegalidade, razão pela qual o Estado brasileiro não pode nos negar essas informações. Na época das audiências em Curitiba, o então [juiz] Sergio Moro impediu que eu fizesse qualquer pergunta sobre o assunto para as testemunhas e delatores, possivelmente porque ele estava participando dessa cooperação ilegal com os Estados Unidos, que à época era tratada por alguns, indevidamente, como teoria da conspiração."