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Ministros fogem em massa!

Xavier: ​"fraco, egoísta, corrupto, sujo"!
publicado 03/01/2018
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O Conversa Afiada publica artigo de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:

Temer em frangalhos


Em uma semana, mais dois cúmplices da quadrilha que assaltou o Planalto pediram o boné. A justificativa é a mesma: pretendem se candidatar nas eleições deste ano. Quem acredita nisso, de fato acredita em tudo. Ora, o prazo para desincompatibilização termina em abril. Por que diabos alguém desejaria largar a mamata antes do prazo caso estivesse num governo capaz de render algum fruto?

Um pedaço da resposta está na pesquisa divulgada pelo jornal o Valor (03/01), numa reportagem do jornalista Ricardo Mendonça. Foi realizada pela empresa Ideia Big Data, com eleitores de São Paulo e Recife. Usou o chamado método qualitativo, mas seus resultados pouco diferem dos levantamentos eleitorais mais extensivos. Seguindo a praxe neste tipo de imprensa, o assunto está escondido nas páginas internas. Veja-se o que diz a pesquisa:

“A refutação a Temer foi unânime. Ele é percebido nas classes C e D como um político 'fraco, egoísta, corrupto, sujo e tomador de medidas impopulares'. Para esse público, que representa 48% do eleitorado e que, portanto, tende a ser decisivo, seu governo está voltado para os mais ricos. Conforme expressou uma eleitora, 'não pensa nos mais pobres'.

O relatório dos chamados grupos focais destaca os dez principais valores associados a Temer. Todos são depreciativos. Um mandatário com falta de credibilidade, inseguro, esnobe, sem carisma, egoísta, cínico, irritante, antiético, manipulador e desonesto”.

Adjetivos tão “abonadores” não foram proferidos por articulistas de blogs sujos. Saíram da boca do povo. A rigor, nem precisaria de uma pesquisa para ouvir tais impropérios. Basta ir a um bar, entrar num ônibus, enfrentar uma fila de serviço público, conversar em família. O único risco seria escutar coisas bem piores e nem sempre publicáveis.

Não que os dois ministros desertores venham a fazer qualquer falta ao país. O do Trabalho era uma piada pronta. Um laborófobo (com o perdão do neologismo) ocupando a pasta que ocupava, só mesmo no Brasil. O outro, da Indústria e Comércio, tornou-se notório apenas ao sair. Mesmo com credenciais tão raquíticas resolveram abandonar o barco. O fato já diz muito sobre a qualidade da quadrilha a qual serviam. A má notícia para ambos é a de que dificilmente o eleitor vai esquecer o jogo sujo do qual participaram.

Há várias dúvidas em 2018, à exceção de duas certezas: a de que o ex-presidente Lula é imbatível num pleito livre, direto e democrático. A outra é a de que ​T​emer tornou-se imprestável até para asseclas de ocasião. Entre as dúvidas que crescem, está a de que se um usurpador deste calibre conseguirá sequer completar o mandato surrupiado em 2016. Não bastasse o desastre político que representa, agora nem a saúde parece querer compartilhar o mesmo corpo da criatura.

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