Míriam e Merval atropelam Haddad 30 vezes na GloboMews!
Eles não entrevistam: fazem campanha eleitoral gratuita para o PSDB (Reprodução/GloboNews)
A GloboMews entrevistou (sic), na noite de quinta-feira, 6/IX, o candidato a vice-Presidente pelo PT, Fernando Haddad, que deve ser anunciado pelo partido como o candidato a Presidente na semana que vem.
Os entrevistadores eram Merval Pereira, Cristiana Lôbo, Fernando Gabeira, Andréia Sadi, Míriam Leitão e Gerson Camarotti.
Antes de falar qualquer outra coisa, Haddad demonstrou solidariedade a Jair Bolsonaro, do PSL.
Haddad ressaltou que o PT está em uma campanha propositiva, com um programa extenso, para fortalecer as instituições.
Disse que o PT mantém um diálogo republicano com as instituições.
E constatou que a radicalização, do ponto de vista político e eleitoral, começou em 2014, quando o PSDB não aceitou o resultado das urnas.
(Foi quando o Ataulpho Merval interrompeu o Haddad para dizer que o PT tentou questionar a vitória de FHC em 1994. Haddad o desmontou com elegância e firmeza).
Merval não deve ter engolido muito bem, porque logo em seguida disse que Haddad "se vende" como candidato a vice-presidente.
E Haddad lembrou: o PT tem até a próxima terça-feira para registrar a chapa.
(Merval, a exemplo do Ministro Barroso, o operário padrão da Globo, disse que a ONU não é a ONU... porque o Comitê de Direitos Humanos não é o Conselho de Segurança.)
Quando Camarotti fez uma defesa enfática da Justissa, Haddad, equilibrado, lembrou que a História registrará a singularidade do processo contra Lula.
Haddad está confiante em que as Eleições de 2018 serão diferentes das Eleições municipais de 2016, quando ele, Haddad, foi derrotado em primeiro turno pelo Prefake de São Paulo.
(O PT estava sozinho na berlinda, enquanto todas as delações contra o PSDB estavam blindadas...).
De lá pra cá, vieram à tona os casos contra Aécio, Alckmin, Aloysio Nunes, Serra...
Haddad não conseguia completar sequer um raciocínio sem a interrupção de um - ou vários - dos entrevistadores.
Míriam repetia insistentemente "candidato", "candidato", "candidato" para interromper Haddad.
Ela está muito preocupada com a Petrobras...
E disse, basicamente, que o Parente salvou a Petrobras dos desmandos petistas.
Merval disse que Haddad responde a uma "lista grande" de suspeitas de corrupção.
Com uma tranquilidade franciscana, Haddad defendeu a honra. E perguntou com firmeza:
Merval, você tem a relação dos casos em que o Ministério Público PERDEU pra mim?
Merval, em tom quase inaudível, murmurou que não tinha...
E a relação dos casos que o Ministério Público GANHOU, Merval?
Merval tossiu, tossiu e tossiu... pra dizer que não tinha, também.
Haddad respondeu: nenhuma, Merval!
O Ministério Público não ganhou uma sequer!
E as novas ações foram propostas coincidentemente depois de Haddad ser registrado como vice de Lula...
E Haddad lembrou que o momento é muito perigoso: o direito de defesa tem sido abandonado.
E a indústria da delação premiada?
Ricardo Pessoa, da UTC, mentiu 8 vezes e está em casa, descansando.
Em dado momento, Míriam disse que o PT bagunçou as contas públicas e que Haddad, Mestre em Economia, não poderia esperar que o povo se esquecesse disso.
Haddad respondeu: em três mandatos completos, o PT teve superávit primário, crescimento econômico em praticamente todos os anos, redução da dívida pública, manutenção da carga tributária...
Míriam queria falar só de 2014, mas Haddad lembrou que havia 12 anos antes desse.
Recorde de reservas cambiais, melhor distribuição de renda da História...
(Foi aí que Merval, irritado, disse que em um ano o PT acabou com tudo isso).
Haddad não se abalou e lembrou que a crise institucional iniciada por Aécio Neves e Eduardo Cunha não é corretamente dimensionada.
Míriam, também visivelmente irritada, disse que Haddad não faz a mea culpa pelos erros do segundo governo Dilma.
Haddad, ao contrário, apontou esses erros, como a aceitação da pauta da FIE P.
Foi uma agenda errada, disse Haddad. Mas Aécio brincou com a Democracia e a soberania nacional.
Afinal, FHC também errou com a âncora cambial. E o apagão.
Mas, sabotar o País é algo totalmente diferente.
Aí, ao ser interrompido pela sexta vez apenas por Merval Pereira, Haddad foi ao cerne da questão e, ao vivo, atacou a GloboMews na Globo Mews:
"A análise que eu ouço na Globo News nunca conta com o outro lado pra dizer os efeitos da crise institucional sobre a Economia. Vocês não podem ouvir um lado só".
Fernando Gabeira deu um jeito de enfiar a Venezuela na história.
Haddad defendeu a política externa dos Governos do PT para fortalecer os laços com a América Latina.
E disse que não devemos tomar partido e interferir na soberania dos outros países.
Hoje, o Itamaraty sumiu.
E assumiu um lado.
Merval e Gabeira disseram que a Odebrecht, orientada (sic) pelo Governo brasileiro, fez jorrar dinheiro na Venezuela.
Ao que Haddad traz à tona um personagem que a Globo tenta de todas as formas manter na sombra:
"Tem um sujeito que sabe essa história de cor chamado Tacla Durán. Ele não é chamado a depor. Toda vez que você arrola o Tacla Durán como testemunha, pra ele dizer exatamente qual era o esquema da Odebrecht em Angola e na Venezuela, a Lava Jato recusa o depoimento dele".
Merval, irritado, grita que ele, Durán, está foragido.
"Mas, se um delator, que é um bandido confesso, pode depor, por que o Tacla Durán não pode?", perguntou Haddad.
Merval determinou que "foragido não pode"...
Tentaram pressionar o Haddad sobre o plano econômico do PT, que, segundo a Urubóloga, seria "muito intervencionista".
Haddad lembrou: a principal intervenção que o PT propõe é para atacar o cartel dos bancos!
Sobre o indulto ao Presidente Lula, Haddad trouxe uma informação importante: Lula não quer indulto. Quer que os tribunais superiores julguem o mérito do processo, porque ele, Lula, sabe que não há provas que sustentem a sua condenação.
E que, portanto, o julgamento isento do mérito do processo levará inevitavelmente à absolvição dele.
Em mais uma de uma hora de entrevista, Haddad teve pouquíssimo espaço para discutir o País e mostrar as propostas do PT.
Os entrevistadores (sic) se preocuparam muito mais em interrompê-lo (Míriam e Merval, juntos, atropelaram Haddad mais de 30 vezes), do que em ouvir sobre o programa do partido.
E privaram o telespectador de conhecer o que pensam Lula, Haddad e Manuela sobre os próximos 4 anos.
Os jornalistas (sic) se concentraram basicamente nos erros que, segundo eles, a Presidenta Dilma cometeu.
E em como a Justissa, segundo eles, foi absolutamente republicana ao condenar o Presidente Lula.
Mas, Haddad foi firme: denunciou o Golpe e a irresponsabilidade do PSDB como principais responsáveis pela crise econômica; apontou a parcialidade da GloboMews e de seus colonistas; enfiou o Tacla Durán goela abaixo do Merval e da Míriam; e mostrou que o PT, ao contrário do que eles dizem, não quebrou o País.
Tentaram deixar o Haddad nas cordas, mas foi ele quem nocauteou o pelotão de fuzilamento.
(E fez o Ataulpho Merval tossir bastante para disfarçar o baile...).