Moro agora detona a relação de Bolsonaro com o Centrão
(Carolina Antunes/PR)
O ex-juiz (sic) e ex-ministro da Justiça Sergio Moro criticou, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo deste domingo 8/VI, a farra em que se converteu a relação entre Jair Bolsonaro e o outrora demonizado Centrão.
"Qualquer governo precisa de alianças políticas no Parlamento. A melhor maneira é pegar parlamentares que se destacam por um histórico de uma atuação mais ética e defender uma agenda positiva de combate à corrupção e valorizar essas personagens e não outros. Alianças com algumas figuras políticas questionáveis não contribuem para a imagem do governo. Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou", disse Moro.
Quando questionado sobre o explosivo inquérito das fake news que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), Moro disse: "temos que diferenciar a liberdade de expressão e de imprensa, que têm de serem protegidas, da disseminação em massa de notícias falsas, ofensas e ameaças. Essas condutas não estão albergadas pela liberdade de expressão ou de imprensa. Temos os crimes de calúnia, difamação e ameaça e essas notícias falsas se inserem nesse contexto, com o agravante de que aqui estamos tratando de disseminação".
Sobre o Gabinete do Ódio bolsonarista, o ex-ministro afirmou que "não conheço detalhes, mas essa era uma expressão que não era desconhecida no governo. Alguns diziam que tinha o gabinete do ódio, utilizam essa expressão".