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Moro pega Preciado, cunhado do Serra

Vem ao caso? (Coitado do Delcídio...)
publicado 15/03/2018
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Desde a noite de quarta-feira, 11/III, o PiG noticia que o Judge Murrow colocou o ex-senador Delcídio do Amaral no banco dos réus pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras.

Diz a denúncia que, em 2005, Alberto Feilhaber, vice-presidente da Astra Oil à época, acertou o pagamento de US$ 15 milhões com o então gerente executivo da Diretoria Internacional da Petrobras, Luis Moreira, para que a estatal atuasse em favor dos interesses belgas no processo de compra de Pasadena.

Esses valores foram, ainda segundo a denúncia, divididos entre vários funcionários da Petrobras.

Além desses funcionários, consultores e operadores financeiros também teriam embolsado grana gorda nessa história.

E um desses "operadores financeiros", que o PiG faz questão de esconder, é Gregório Marin Preciado.

O amigo navegante conhece Preciado há muito tempo.

Em 2010, por exemplo, o Conversa Afiada publicou memorável discurso do jornalista e então deputado federal Emiliano José (PT-BA), em que se traçou a recheada biografia de Preciado.

Emiliano expôs uma patranha incrível: o ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM) passou a ser investigado pela atuação em um processo que envolveu a doação de terras da Ilha do Urubu, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia. Como sustentou o então deputado federal, Paulo Souto doou a Ilha aos herdeiros da família Martins, posseiros daquela área. Quatro meses depois, esses herdeiros venderam, ilegalmente, as terras a Preciado por módico R$ 1 milhão.

Um ano depois, Preciado revendeu o terreno a Philippe Meeus, mega-especulador da Bélgica, por R$ 12 milhões.

Em 2010, as terras já estavam avaliadas em R$ 50 milhões.

Mas, como sabe o amigo navegante, Preciado é casado com uma prima de José Serra, o maior dos ladrões, e seu operador de longuíssima data.

(E é por isso que ele é solenemente ignorado pelo PiG.)

Já no início dos anos 1990, Preciado, após não conseguir pagar empréstimos contraídos junto ao Banco do Brasil por duas de suas empresas, fez entrar em cena Ricardo Sérgio, então diretor do Banco do Brasil - e caixa das campanhas do Careca  e do Príncipe da Privataria.

Ele arrumou para Preciado um suculento desconto de R$ 16 milhões nas dívidas.


"RSO"  é o notório Ricardo Sergio de Oliveira, funcionário de carreira do Banco do Brasil e protagonista daquele momento Péricles de Atenas do Governo do Príncipe da Privataria: se der m... estamos todos no mesmo barco. Tratava-se da patranha para dar aval a uma operação do Ínclito banqueiro Daniel Dantas na privatagem tucana. RSO foi "tesoureiro" de campanhas do Careca, o maior dos ladrões e hoje, aposentado, toma os vinhos mais caros da adega do circuito Fasano em São Paulo. Precisa desenhar, amigo navegante? (RSO faz parte daquele seleto grupo que processou e perdeu para o ansioso blogueiro na Justiça. Veja na aba "nao me calarao".  É a tal coisa: diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és. Não é isso, Ministro Gilmar?)


E Preciado, mesmo assim, continuava a tomar empréstimos.

Até que, certa feira, descobriram a existência de um terreno no Morumbi que era propriedade dessa ilibada dupla: Serra e Preciado.

Emiliano José lembrou, em 2010, como a privatifaria dos tucanos colocou em evidência as relações espúrias entre Serra e Preciado:

"(...) No ano de 1996, Ricardo Sérgio (diretor do Banco do Brasil com influencia na Previ) montou com Preciado o consórcio Guaraniana S/A. Segundo notícias da época, o mencionado consórcio foi composto pela Previ, Banco do Brasil e por fundos administrados pela instituição, e tem como sócia a Iberdrola, empresa gigante do setor energético. Ainda de acordo com o advogado José César Oliveira, a Iberdrola deu a representação da Guaraniana a Gregório Marin Preciado.

Com o processo de privatização ocorrido no governo Fernando Henrique, o consórcio montado pelos dois, o tesoureiro e o parente de José Serra, entre 1997 e 2000, arrematou a baiana Coelba, a pernambucana Celpe e a potiguar Cosern, e Gregório Marin Preciado, de inadimplente do Banco do Brasil, passou a ser o todo poderoso representante da Iberdrola no consórcio montado."

Amaury Ribeiro Jr descreve no livro Privataria Tucana, de modo incontestável, o papel deletério do clã do Careca também na maior de todas as privatifarias: a privatização das teles, que resulta na patranha da BROi.

Mais recentemente, Preciado também entrou na mira da Justiça espanhola, que decidiu investigar os mais de US$ 7 milhões que ele recebeu (por meio de três de suas empresas) da autarquia espanhola Defex. O motivo dos pagamentos? A concessão da exploração do Porto Sudeste às empresas LLX Sudeste Operações Portuárias Ltda. e MMX Porto Sudeste do Brasil Ltda.

De volta a 2018, veja o trecho do despacho do Judge Murrow que trata do Preciado: