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MP: preso ligado ao MBL trabalhou no governo Doria

Governo tucano confirma
publicado 10/07/2020
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(CNN Brasil)

Um dos presos ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) por suspeita de lavagem de dinheiro durante operação policial realizada nesta sexta-feira 10/VII, em São Paulo, teve um cargo no governo João Doria (PSDB).

Alessander Monaco Ferreira, que apresentou movimentação financeira incompatível com sua renda, “solicitou emprego e foi contratado pelo governo do Estado de São Paulo para trabalhar na Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso da Imprensa Oficial do Estado (Cada) justamente um cargo que tem função de gerenciar tarefas de eliminação de documentos públicos, de informações relativas ao recolhimento de documentos de guarda permanente produzidos pela administração pública”, diz nota divulgada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre a operação.

A Imprensa Oficial do Estado informou, em nota, que Ferreira não tem mais vínculo com o governo do Estado desde 15/I deste ano, "da qual foi empregado desde fevereiro de 2019.”

Leia o comunicado do MP-SP sobre a Operação Juno Moneda:

Nos Autos de Procedimentos Cautelares Criminais, na data de hoje foram cumpridos mandados de busca e apreensões e duas prisões temporárias de 5 dias em relação a pessoas e empresas ligadas ao MBL (Movimento Brasil Livre)  e MRL (Movimento Renovação Liberal) pelo Ministério Público de São Paulo (GEDEC), pela Receita Federal e pela Polícia Civil de São Paulo em seis endereços correspondentes às empresas envolvidas na investigação sobre prática de crimes de lavagem de dinheiro.

As prisões temporárias foram realizadas em relação a Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso (alcunha: Luciano Ayan), os quais, segundo a investigação, mantêm estreitas ligações com os movimentos.

As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas.

 No curso dos trabalhos conjuntos ficaram evidenciadas:

 Movimento Brasil Livre:

• Confusão jurídica empresarial entre as empresas MBL e MRL;

• Recebimento de doações de forma suspeita (cifras ocultas). Recebimento de doações através da plataforma Google Pagamentos – que desconta 30% do valor, ao invés de doações diretas na conta do MBL/MRL;

• Constituição e utilização de diversas empresas em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais. A família Ferreira dos Santos, criadora do MBL, adquiriu/criou duas dezenas de empresas - que hoje se encontram todas inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes atingem cerca de R$ 400 milhões.

Alessander Monaco Ferreira:

• Movimentação financeira extraordinária e incompatível;

• Criação/Sociedade em 2 empresas de fachada;

• Ligado aos “Movimentos”, realiza doações altamente suspeitas através da plataforma Google;

• Viajou mais de 50 vezes para Brasília, entre julho/2016 a agosto/2018 – todas (conf. Consta) para o Ministério da Educação – com objetivos não especificados;

• Apesar de tudo, solicitou emprego e foi contratado pelo governo do Estado de SP para trabalhar na CADA – Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso da Imprensa Oficial do Estado – e justamente um cargo que tem função de gerenciar tarefas de eliminação de documentos públicos, de informações relativas ao recolhimento de documentos de guarda permanente, produzidos pela Administração Pública;

Carlos Augusto de Moraes Afonso (Luciano Ayan):

• Ameaça aqueles que questionam as finanças do MBL;

• Dissemina fake news;

• Criação/Sócio de ao menos 4 empresas de fachada;

• Uso de contas de passagem, indícios de movimentação financeira incompatível perante o fisco federal.

Foram apreendidas diversas mídias digitais, entre celulares, computadores, HDs e pen- drives; documentos impressos, dinheiro e foram encontradas e não apreendidas drogas (maconha) interpretadas para uso pessoal.

Não é possível fornecer mais detalhes e mais informações nesse momento por estar a investigação ainda em curso. 

São Paulo, 10 de julho de 2020