MST a Lula: somos as suas pernas, os seus olhos e a sua voz
Marcha Nacional Lula Livre, em Brasília (DF), nesta terça-feira 14/VIII (Crédito: Marcelo Aguilar/Facebook do MST)
Do Movimento dos Sem Terra (MST):
A Marcha Nacional Lula Livre, iniciativa do MST e Via Campesina, acontece entre 10 e 15 de agosto, conta com 5 mil pessoas que reivindicam a liberdade de Lula e a retomada da Democracia. Entre eles está Jobson Passos Lopes, jovem de 27 anos, que marcha pela primeira vez.
Lopes entrou no movimento no fim de 2014, é filho de assentados e mora no assentamento Bela Manhã, município de Teixeira de Freitas, Extremo Sul Baiano. Sua militância começou no final do ano de 2015 quando foi despertado para se tornar um sujeito da luta por reforma agrária popular. Hoje dirigente estadual do Setor de Juventude da Bahia, acredita que “a marcha representa o anseio e o grito de milhões de brasileiros que estão sendo aniquilados a cada dia”.
Em meio à programação da Marcha, Lopes usou o seu tempo para escrever uma carta para o companheiro que se encontra preso sem provas. Confira:
“Companheiro Lula.
Eu sei que as coisas não estão fáceis, mas em contra partida, nós, jovens do MST, estamos lutando por você. Estamos sendo suas pernas, seus olhos e da voz aqui fora.
Sou Jobson, jovem baiano e estou marchando pela primeira vez na esperança de um a Brasil melhor. Dizem que as histórias é escrita pelas mãos. Mas hoje vejo que não é só pelas mãos, porque nós, enquanto marchantes, estamos escrevendo a história com os pés. Marcamos por Lula Livre, pelos direitos que nos foram tirados e por esperança.
Lula, a marcha está linda. Ponhamos a BR 020, que liga Goiânia a Brasília, toda de vermelho. O povo nordestino tem uma gana, uma força que sinceramente é difícil mensurar.
Companheiro, estamos em luta por sua liberdade, e não iremos descansar até que você esteja livre.
Abraços Vermelhos e Pátria Livre!”
Desejo de abraçar Lula
O companheiro Manoel Alves da Silva, 53 anos de idade e 10 anos de historias no MST, é assentado da reforma agrária no assentamento Zé Moreira da Silva, no município de Taperoá (PB). É filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde a década de 90 pelo estado de São Paulo.
“Todas as vezes que Lula foi candidato eu votei nele. Estudei até a 4ª serie pelo curso sem validade, mas, escrever uma carta para Lula, pra mim, é escrever meus sentimento. Sentimentos de gratidão por ter me encontrado em Diadema (SP), expulso pela estiagem do Nordeste, em busca de sobrevivência, e me fazer hoje assentado da reforma agrária com vontade de lutar e defender sempre a classe trabalhadora”.
Ele escreve em poucas linhas seus sentimentos ao ex-presidente Lula:
“Eu desejo alcançar o objetivo pelo qual nós estamos lutando, que é Lula livre presidente e que você possa reiniciar o seu projeto de governo, um projeto popular. Eu gostaria muito de lhe dar um aperto de mão e um abraço forte quando você estiver na presidência. Sou assentado no projeto de reforma agrária pelo Movimento Sem Terra. Foi cansativo debaixo da lona preta, mas estou rumo a alcançar um objetivo também que é plantar na minha terra, colher e levar ao consumidor final alimentação com qualidade, sem agrotóxico e melhorar a minha renda familiar”.