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MT dá um Golpe por dia para não morrer

É o Napoleão III da República Federativa da Cloaca!
publicado 02/07/2017
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O Conversa Afiada reproduz artigo do jornalista Elmar Bones no Jornal Já:

Temer dá um golpe por dia


Ainda não caiu a ficha de analistas e comentaristas que há duas semanas predizem a queda de Temer a qualquer momento. Não se dão contas que Temer nada de braçadas num trajeto que ele mesmo traçou e que comanda, vencendo os riscos a cada dia.

Como o Luís Napoleão, de Karl Marx, no 18 Brumário,  Temer se sustenta dando “um golpe a cada dia”, tirando proveito das próprias fragilidades.

Luís Napoleão tinha a Sociedade 10 de Dezembro, uma súcia de corruptos que lhe dava sustentação no parlamento e mesmo nos trabalhos sujos. Temer não tem menos, a Nação inteira sabe.

Ele sabe, como poucos, o que é o presidencialismo brasileiro.  Tem a caneta para recompensar os aliados e a Constituição para erguer o Congresso em sua defesa. Quando o general Villas Boas vai ao parlamento dizer que a Constituição é intocável, ele se sente seguro.

Para chegar até ele, sem afrontar a Constituição, tem que passar pelo Congresso, onde está a sociedade dele.

Um exemplo de como Temer consegue tirar proveito das contradições é o episódio da delação de Joesley Batista.

Temer estava enfrentando dificuldades com a tramitação das reformas nas quais empenhou seu mandato perante o capital – a reforma trabalhista e a da Previdência, especialmente.

As reformas são impopulares, a base estava relutante, exigindo maiores compensações pelo risco eleitoral ali adiante.

Em certo momento pareceu que Temer não ia conseguir e, então, como as reformas são intocáveis, a ideia de substituí-lo entrou em cena. Em dado momento, logo depois de divulgada a gravação da conversa com Joesley, pareceu à Nação inteira que Temer tinha que cair no dia seguinte.

Então, ele usou o ataque para unir suas tropas e retomar o ritmo das reformas. Quando ele disse: “Não vão nos destruir” estava dizendo: “Se eu cair, todos vocês cairão”.  Com isso uniu a “base”, novamente.

Além da caneta presidencial, da Constituição, da maioria do Congresso e do capital, interessado nas reformas, ele ainda tem Gilmar Mendes!

As analogias históricas são perigosas, geralmente não resistem a uma aproximação. Mas não é demais lembrar que Luis Napoleão, o farsante,  deu um golpe em si mesmo e foi coroado Imperador como Napoleão III.

Em tempo: sobre a República Federativa da Cloaca, não deixe de consultar o ABC do C Af