"Não quero ter nada a ver com esse governo", diz Moro, que levou Bolsonaro à Presidência
(Foto 1: Reprodução - Foto 2: Alan Santos/PR)
O ex-juiz (sic) e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro reclamou, nesta segunda-feira 13/VII, da falta de apoio de Jair Bolsonaro a pautas ligadas ao combate à corrupção, motivo que supostamente o levou a pedir demissão em abril deste ano.
"Vi a oportunidade de ir a Brasília, pessoas podem criticar, mas sempre falei a verdade. Fui fazer esse trabalho, quando vi que não tinha mais condições de fazê-lo, eu saí. Se eu fosse alguém que me vendia ao poder, estava lá até hoje tentando cavar uma vaga ao Supremo Tribunal Federal, agradando o presidente e concordando com tudo o que ele fala", disse Moro, em entrevista à Rádio Metrópole.
"Não tem nenhuma relação com isso. Tenho relação com as coisas que estão certas. E fui bem-intencionado e saí bem-intencionado. Não quero ter nada a ver com esse governo. Consegui avançar coisas avançar coisas no âmbito da Segurança Pública. No combate à corrupção, faltou apoio do Palácio do Planalto", completou.
Questionado sobre algum arrependimento por ter integrado o governo, Moro diz que aceitou o convite por causa da construção de uma agenda anticorrupção. "Eu não posso concordar. Sempre defendi que para ter combate à corrupção, é importante ter autonomia nos órgãos de controle. Não posso concordar que haja uma mudança na PF por motivos que não sejam republicanos. Se não pode dizer em voz alta porque que está trocando o diretor da PF ou superintendente da PF do Rio, então você não deve fazer essa troca. Eu saí por essa falta de apoio, mas teve conquistas importantes. É um peso para mim, a gente acaba ficando sujeito a ataques das mais variadas ordens. É um peso para minha família, mas eu entendi também que eu devia isso ao país. Não posso ficar nessas circunstâncias. Não quis prejudicar o governo, mas não poderia ficar quieto naquelas circunstâncias", afirmou.