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Nassif monta o quebra-cabeça

Há suspeitas que a morte de Marielle tem ligações com as atuais mudanças do governo Bolsonaro
publicado 15/02/2020
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(Charge: Adnael)

O jornalista Luis Nassif, em seu site GGN, fez o quebra-cabeça do que há por trás das mudanças no governo Bolsonaro. Para Nassif, as implicações racionais são que Braga Neto ajudou em tirar o foco da família Bolsonaro na fase mais crucial das investigações do caso Marielle, como pedra no caminho para que a morte da vereadora respingasse sobre a campanha presidencial. Leia:

É impressionante como, no governo Bolsonaro, todos os movimentos têm, de alguma maneira, relação com o passivo trazido pela família Bolsonaro, de envolvimento com milícias implicadas na morte de Marielle.

É o que explica a inesperada nomeação do general Walter Souza Braga Neto para o mais importante cargo do governo, o de Ministro Chefe da Casa Civil, em substituição ao insosso Onyx Lorenzoni.

Caber à Casa Civil o filtro jurídico das decisões de governo e, também, a articulação com outros poderes. O que um general da ativa teria a oferecer? Maior racionalidade a um governo de loucos, certamente. Mas não tem nenhuma experiência em articulação política.

Mais que isso, nas disputas anteriores, Bolsonaro sempre ficou com a banda terraplanista de Olavo de Carvalho. O que o levou a privilegiar novamente os militares?

A explicação é simples.

Braga Neto foi o general comandante da intervenção militar no Rio de Janeiro. Ficaram sob seu comando a Polícia Civil e a Militar. E, nessa condição, ele foi o comandante dessas forças quando ocorreu o assassinato de Marielle, assim como as investigações posteriores.

Há suspeitas fundadas de que ajudou a desviar o foco da família Bolsonaro na fase mais decisiva das investigações, impedindo que a morte da vereadora respingasse sobre a campanha presidencial. Do mesmo modo que o então comandante geral das Forças Armadas, general Vilas Boas

Ele é nomeado de surpresa no mesmo dia em que, de surpresa, aparece morto o miliciano Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, e testemunha chave para a elucidação do crime. É mais uma peça nessa conspiração do silêncio, se somando aos indícios de cumplicidade entre a polícia bahiana e a carioca na execução de Adriano, assim como os movimentos posteriores, de tentativa de prisão de jornalistas que investigavam o caso de perto.