Oagara e a técnica de cometer injustiça
São políticos dissimulados, que agem como avestruzes
publicado
12/09/2016
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Depois de publicar "a Lava Jato é uma charlatanice operada por publicitários", do professor Wanderley Guilherme, o Conversa Afiada considera uma obrigação prestar singela homenagem ao foragido de Veneza, Idraniam Ogoid, leitor infatigável de Cicero, e adepto da suma justiça, suma injustiça!
de Oinegue Ed Oagara
Summum ius, summa iniuria (Cicero)
Quando tenho um processo a minhas mãos, busco abstrair da pessoa envolvida no fato e analisar este friamente. Depois, como não sou de ferro, ponho-me no papel do suspeito ou do acusado e reflito como seria se eu estivesse em sua situação. Será que seria mais ponderado? Será que me deixaria dominar pela ira? Será que seria ganancioso?
Todos esses são vícios que, como as virtudes, moram em todos nós. Não conhecemos nossos limites, porque a vida nos apresenta um número limitado de testes. Em alguns falhamos, em outros nos superamos. Mas não temos condições de saber como reagiríamos na pele de outro, submetido a um teste que nos é estranho, desconhecido. Por isso não nos cabe julgar a ninguém, ainda que venham nos julgar.
Devemos nos lembrar da lição de Cristo aos hipócritas que queriam apedrejar Maria Madalena: quem não tiver culpa que lance a primeira pedra!
Infelizmente vemos em nossos dias tantas pessoas abrigadas sob telhados de vidro - alguns até piores: sob telhados de celofane - e com os bolsos cheios de pedras. Julgando os outros, adjetivando-os sem qualquer comedimento. E o que decidem ou sobre que opinam nefastamente poderia lhes caber como um terno feito sob medida no alfaiate.
São cruéis e dizem estar só aplicando a lei, quando a aplicação da lei, como qualquer decisão que se toma, tem inúmeras variantes possíveis e a variante escolhida vai depender somente de nossa consciência, de nosso modo de ver as coisas.
E devemos vê-las sob todos os ângulos. Sim, a decisão final torna-se política e não "técnica". A tecnicidade é muitas vezes a desculpa dos covardes que não assumem suas convicções para não remarem contra a maré.
E nem por isso são menos políticos. São políticos dissimulados que agem feito avestruzes com suas cabeças enfiadas na terra e pensando-se assim protegidos. Mas ao baterem no peito e se gabarem de sua fidelidade à lei praticam as maiores injustiças!
Summum ius, summa iniuria (Cicero)
Quando tenho um processo a minhas mãos, busco abstrair da pessoa envolvida no fato e analisar este friamente. Depois, como não sou de ferro, ponho-me no papel do suspeito ou do acusado e reflito como seria se eu estivesse em sua situação. Será que seria mais ponderado? Será que me deixaria dominar pela ira? Será que seria ganancioso?
Todos esses são vícios que, como as virtudes, moram em todos nós. Não conhecemos nossos limites, porque a vida nos apresenta um número limitado de testes. Em alguns falhamos, em outros nos superamos. Mas não temos condições de saber como reagiríamos na pele de outro, submetido a um teste que nos é estranho, desconhecido. Por isso não nos cabe julgar a ninguém, ainda que venham nos julgar.
Devemos nos lembrar da lição de Cristo aos hipócritas que queriam apedrejar Maria Madalena: quem não tiver culpa que lance a primeira pedra!
Infelizmente vemos em nossos dias tantas pessoas abrigadas sob telhados de vidro - alguns até piores: sob telhados de celofane - e com os bolsos cheios de pedras. Julgando os outros, adjetivando-os sem qualquer comedimento. E o que decidem ou sobre que opinam nefastamente poderia lhes caber como um terno feito sob medida no alfaiate.
São cruéis e dizem estar só aplicando a lei, quando a aplicação da lei, como qualquer decisão que se toma, tem inúmeras variantes possíveis e a variante escolhida vai depender somente de nossa consciência, de nosso modo de ver as coisas.
E devemos vê-las sob todos os ângulos. Sim, a decisão final torna-se política e não "técnica". A tecnicidade é muitas vezes a desculpa dos covardes que não assumem suas convicções para não remarem contra a maré.
E nem por isso são menos políticos. São políticos dissimulados que agem feito avestruzes com suas cabeças enfiadas na terra e pensando-se assim protegidos. Mas ao baterem no peito e se gabarem de sua fidelidade à lei praticam as maiores injustiças!