"Ou Bolsonaro se socorre no Centrão, ou cai", diz analista
“Quando o presidente aceita ter o Roberto Jefferson [delator e beneficiário do mensalão] como interlocutor, é porque o negócio está feio".
A avaliação é de Antônio Augusto Queiroz, analista político e fundador do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), entidade que acompanha o Congresso Nacional há 35 anos.
"Ou o Bolsonaro se socorre no Centrão para reunir os 172 votos para impedir pedidos de impeachment ou de afastamento, ou ele cai. Só com os aliados dele não é suficiente”, afirma em entrevista à Veja.
Para o analista, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) corre o risco de sofrer impeachment.
"O risco existe. São quatro fatores que justificam o impeachment: a crise econômica, que está presente; a crise política, também presente; o problema sanitário, que considero como um elemento novo neste processo; a crise de popularidade. Esse último é o único ponto em que o presidente está blindado. Mas, se a popularidade cair para 12%, o apoio ‘voa’ rapidinho. E eu avalio que o Rodrigo Maia topa [o pedido de impeachment]. Só não faz isso agora porque não tem um pedido de centro, de gente com credibilidade, e a popularidade do presidente está alta", conclui.