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Para se salvar, Bolsonaro abre balcão de negócios

Presidente negocia ministérios e cargos com condenados por corrupção
publicado 27/04/2020
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Crédito: Limpinho e Cheiroso

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acelerou as negociações com o Centrão para tentar formar uma base parlamentar que lhe garanta votos que impeçam o impeachment.

Após a saída de Sérgio Moro que - segundo a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) - foi um pedido do bloco de deputados do baixo clero, o presidente estaria disposto a substituir o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Para o seu lugar, de acordo com a revista Veja, iria o deputado Fábio Faria (PSD-RN), genro de Silvio Santos.

Bolsonaro também prometeu a seu amigo de PP, Arthur Lira, a presidência do Banco do Nordeste.

O presidente também oferece os controles do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), além de cargos no segundo escalão do Ministério da Saúde.

Os partidos que compõem o Centrão são PP, PL, Republicanos, PSD e PTB.

Para demonstrar apoio, líderes dessas legendas saíram em defesa do presidente.

No domingo (26/IV),  o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, publicou em suas redes sociais um áudio de apoio a Bolsonaro.

“Se o pau cantar, essa base do Bolsonaro é muito mais forte que esse grupo de fora da lei que cerca o Lula e essa esquerdalha bagunceira no Brasil. Você tem aí os evangélicos, os pastores, você pega a rede social e são os homens que começam o discurso falando em Deus”, disse Jefferson.

Quem são os novos aliados do presidente:

Roberto Jefferson

Presidente nacional do PTB. Denunciou o esquema de compra de apoio de partidos no Congresso Nacional que ficou conhecido como "mensalão". Foi condenado pelo STF a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 2018, foi denunciado novamente pela PGR, desta vez por montar esquema concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. A denúncia foi recebida pela Justiça Federal do Distrito Federal. O processo ainda está em tramitação.

Valdemar da Costa Neto

Foi condenado a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo STF no caso do "mensalão". Ele foi acusado de receber R$ 8,8 milhões em troca do apoio do extinto PL (atual PR) ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ciro Nogueira

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI) é senador e um dos principais articuladores políticos do Centrão no Senado. É alvo de quatro investigações que tramitam no STF e é réu em um processo que investiga o chamado "quadrilhão do PP". Segundo denúncia, ele faria parte de uma organização que desviou R$ 390 milhões da Petrobras pagos por empreiteiras.

Arthur Lira

O deputado Arthur Lira (PP-AL) é um dos principais cotados para assumir a presidência da Câmara dos Deputados quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) terminar o seu mandato. Ele é réu em dois casos que tramitam no STF. Num deles, é acusado de fazer parte do "quadrilhão do PP", assim como Ciro Nogueira. Em outro, é acusado de ter recebido R$ 106 mil em propina para manter apoio político ao ex-presidente de uma estatal.

Gilberto Kassab

Gilberto Kassab foi prefeito de São Paulo, ministro das Cidades durante a gestão de Dilma Rousseff (PT) e ministro da Ciência e Tecnologia de Michel Temer (MDB). Ele é o atual presidente nacional do PSD. Kassab réu em duas ações que tramitam na Justiça de São Paulo. Em uma delas, é acusado de ter recebido R$ 21 milhões da Odebrecht. Ele também é investigado em caso referente a delações de executivos da J&F. Segundo eles, Kassab recebeu R$ 58 milhões em vantagens indevidas pagas pela companhia.