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PF invadiu cela de Lula às 6h da manhã para entregar intimação

"Como se fosse uma coerção!"
publicado 06/11/2019
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(Crédito: Ricardo Stuckert)

A Polícia Federal, subordinada a Sergio Moro e Jair Bolsonaro, invadiu a cela do presidente Lula na Superintendência do órgão em Curitiba (PR), na segunda-feira 5/XI, às 6h da manhã.

"Ontem fizeram uma palhaçada comigo. Entraram na cela em que eu estou às 6h da manhã. Como se estivessem fazendo uma coerção!", disse Lula em entrevista a Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania.

O objetivo era entregar uma intimação para Lula depor, quatro horas depois, em ação que tentava prender a presidenta Dilma Rousseff (veja mais detalhes abaixo).

Veja o vídeo com o trecho da resposta de Lula a Guimarães:

Leia a reportagem do Conversa Afiada sobre a desastrada ação da PF:

Em ação deflagrada nesta terça-feira 5/XI para investigar suposto repasse de R$ 40 milhões a políticos do MDB, a Polícia Federal chegou a solicitar as prisões da presidenta Dilma Rousseff, do ex-ministro Guido Mantega, do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira e do ex-senador Valdir Raupp. A PF solicitou, ainda, a prisão preventiva do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Todos os pedidos de prisão, porém, foram rejeitados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Consultada, a Procuradoria Geral da República (PGR) também foi contra a restrição de liberdade de todos eles, alegando que não existem elementos suficientes para justificar a medida.

Os pedidos foram formulados no âmbito de um inquérito que apura suposta “compra e venda” do apoio político do MDB em benefício do PT nas eleições presidenciais de 2014. A PF se baseou - para variar - em delações premiadas do executivo Ricardo Saud, delator do caso J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. 

Em agosto, a PF encaminhou ao STF um ofício sigiloso de nove páginas com a relação completa dos pedidos solicitados para a decretação de prisões temporárias, buscas e apreensões e a coleta de depoimentos dos investigados.

Ao Estadão, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, que defende Dilma, afirmou que “é necessário evidenciar que Dilma Rousseff não figura entre os investigados no inquérito e foi chamada exclusivamente para dar esclarecimentos em relação ao caso.”

A tentativa da PF, subordinada a Sergio Moro e Jair Bolsonaro, de prender Dilma vem em meio às escabrosas revelações do caso Marielle e um dia antes do megaleilão da cessão onerosa do pré-sal - aquele que, como bem definiu Dilma, atentado gravíssimo e de prejuízos sem precedentes à nossa soberania.

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