PGR acusa deputados do PSL de financiarem atos golpistas com dinheiro público
(Redes Sociais)
CartaCapital - O inquérito aberto pela Procuradoria Geral da República no dia 20 de abril para investigar a origem do financiamento de atos anti-democráticos contra o STF e a favor do fechamento do Congresso começa a ter avanços. Na semana passada, 11 parlamentares bolsonaristas tiveram o sigilo bancário quebrado, e apoiadores extremistas, como donos de sites e canais no YouTube foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Uma reportagem do O Globo que teve acesso à investigação com exclusividade mostra que, no despacho em que solicitou o cumprimento dessas diligências, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, apontou duas fontes de financiamento distintas de Sara Winter, presa no último dia 15.
Ela teria recebido R$ 10 mil um dia antes do ataque ao prédio do STF com fogos de artifício. Além disso, uma jornalista que se infiltrou no “300 do Brasil”, do qual Sara faz parte, apontou que o grupo recebeu R$ 71 mil via plataforma de doações coletivas. A origem dos valores será alvo de investigação da PGR.
O inquérito ainda aponta o nome de quatro deputados do PSL que teriam usado dinheiro público, a cota parlamentar, para divulgar as manifestações antidemocráticas em suas redes sociais. São eles: Bia Kicis (DF), Guiga Peixoto (SP), Aline Sleutjes (PR) e General Girão (RN). Ainda de acordo com a reportagem, a empresa Inclutech Tecnlogia, do marqueteiro Sérgio Lima, responsável por cuidar da marca do Aliança pelo Brasil, teria recebido R$ 30,3 mil do grupo.
O relator do caso na Corte, o ministro Alexandre de Moraes, também pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de mais seis deputados do PSL: Daniel Silveira (RJ), Carolina de Toni (SC), Alê Silva (MG), Carla Zambelli (SP), Cabo Junio Amaral (MG) e Otoni de Paula (RJ), assim como o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).