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Piñera quer militares nas ruas do Chile permanentemente

É como a direita lida com o povo na rua
publicado 25/11/2019
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(Crédito: PL)

Via Opera MundiO presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou nesta segunda-feira (25/11) que o projeto de lei elaborado pelo seu governo que pretende manter a presença de tropas das Forças Armadas nas ruas do país servirá para resguardar patrimônios públicos estratégicos e chegará no Congresso entre hoje e amanhã com discussão imediata.

Apresentado neste domingo (24/11), o projeto vem após mais de um mês de protestos diários contra o governo do direitista. Se aprovado, as Forças Armadas passariam a atuar permanentemente em tarefas de segurança interna do país.

Segundo o presidente, a medida não tenta colocar os militares contra os manifestantes, "mas sim permitir que [os militares] possam colaborar na proteção da infraestrutura crítica e poder fazê-lo sem ter que restringir as liberdades ou os direitos de todos os chilenos".

Além disso, Piñera comparou a situação atual do país com "desastres naturais" e disse que a presença dos militares é "essencial" para a segurança do Chile.

"Acredito que é fundamental contar com a colaboração das Forças Armadas como é feito em desastres naturais ou quando colaboram para apagar incêndios", disse.

Protestos e denúncias

As manifestações que tomam as ruas de diversas cidades chilenas há mais de um mês começaram após o anúncio do aumento das passagens do metrô na capital. E mesmo depois de o presidente Sebastián Piñera ter voltado atrás e cancelado o aumento, os protestos continuaram. Além disso, os manifestantes reclamam do alto custo de vida, dos baixos salários e aposentadorias, do sistema de saúde e educação, que não é acessível a todos.

Após diversas denúncias de mortos e feridos em decorrência da ação repressora dos agentes de segurança chilenos, o 7º Tribunal de Garantia de Santiago aceitou no início de novembro uma denúncia contra Piñera por crimes contra a humanidade devido aos episódios de repressão durante os protestos.

Além disso, o presidente tem contra ele um processo que tramita no Congresso e pode levar a um impeachment. A matéria também diz respeito à responsabilidade do mandatário nos episódios de repressão contra manifestantes. 

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