Podcast: o Brasil tem dois presidentes
Olá, tudo bem?
Esse podcast é sobre um resultado inesperado da eleição deste domingo 28 de outubro.
Se o amigo navegante pensa que foi eleito um Presidente da República se engana redondamente.
Foram eleitos dois.
Jair Bolsonaro e João Doria, que era prefake da cidade de São Paulo e agora será o Gofake do estado de São Paulo inteiro.
São Paulo inteiro, em teoria.
Porque, na prática, os eleitores da cidade o repudiaram de forma indiscutível: perdeu de 58 a 42%!
Ou seja, quem conhece o Doria como administrador público o rejeitou.
O Gofake se elegeu com o bolsonarismo do interior do Estado.
Mas, na verdade, ele não se elegeu Governador.
Ele se elegeu Presidente.
Na cabeça dele.
E na linguagem corporal, Imperial, Consule, na noite da vitória.
Dois meses depois de ser empossar na Prefeitura que abandonou, ele passou a correr o mundo para se qualificar como candidato a Presidente.
Foi quando o Santo do Alckmin, que lhe trouxe à luz, começou a desconfiar que sangrava nas costas.
Alckmin era o candidato natural desse partido em extinção, o PSDB – e o filhote prefeito tentou lhe passar uma rasteira.
Não deu certo, porque Alckmin manteve o controle da máquina do PSDB, fez o histórico acordo com seus pares corruptos do Centrão, conquistou o maior tempo de horário eleitoral gratuito – e tomou a surra derradeira, terminal: teve 5% dos votos!
Um colosso!
Agora, o Gofake vai fingir que vai governar São Paulo.
E já se revela até mais bolsonarista que os bolsonários.
Vejam só.
Sobre os policiais que matam suspeitos, vejam o que ele disse no dia seguinte à eleição:
“Nós vamos colocar, e não é advogado de OAB de graça. Não tenho nada contra a OAB, nem advogado que advoga... estagiário, pós-estagiário. Será advogado pago pelo Estado. Os policiais que defendem as nossas vidas devem ter a assistência jurídica correta".
Nisso, nem o Bolsonaro pensou!
Nem o Alexandre Frota!
Ele começou assim o discurso da vitória:
Vamos pacificar o Brasil!
O Brasil?
É! Não é São Paulo.
Na abertura ele já avisou: vai pacificar o Brasil!
Ele disse que teve uma conversa com o presidente eleito e eles ficaram de se ver essa semana.
E informou que... eu devo ir ao Rio.
Ou seja, havia a possibilidade de o presidente eleito vir a São Paulo vê-lo...
Mas, de forma condescendente, gentil, ela se permite ir ao Rio...
Doria já apunhalou Bolsonaro.
Como apunhalou o Alckmin, o Goldman, o Serra e o Fernando Henrique.
O PSDB é dele.
Ele já avisou: “o meu PSDB não fica em cima do muro”.
E se o Bolsonaro acha que o Godfake vai apoia-lo... é melhor proteger as costas.
Porque o Brasil tem dois presidentes.