Podcast: Waldir, um brasileiro nacionalista
Olá, tudo bem?
Esse podcast é sobre o notável brasileiro Waldir Pires, que morreu hoje, 22 de junho, aos 91 anos.
Waldir sempre foi um servidor público e preferiu morrer em combate, como vereador de Salvador.
Emiliano José, jornalista baiano, acaba de lançar uma biografia de Waldir.
Deve ser um obra definitiva, com a competência do biógrafo e a estatura moral e política do biografado.
Este ansioso blogueiro teve a honra de conhecer Waldir.
E vai ressaltar aqui, nessa modesta homenagem, dois aspectos.
Assis Chateaubriand exercia sobre a comunicação uma hegemonia comparável à da Globo, hoje.
E mandou um de seus empregados, o deputado João Calmon, preparar uma Lei de Radio-difusão para consolidar o seu poder.
A bancada do rádio e da incipiente televisão aprovou no Congresso a legislação oligopolista.
Foi à sanção presidencial.
O grande Presidente João Goulart submeteu o projeto a seu Consultor Geral, Waldir Pires.
Jango apôs cinquenta vetos.
Os cinquenta vetos foram derrubados no Congresso.
E o projeto original de Chateaubriand entrou em vigor.
Para comemorar a estrondosa vitória, os vencedores criaram a ABERT, que hoje é um dos lobbies mais poderosos de Brasília.
Essa Lei de 1962 é a que vigora até hoje.
A Globo Overseas herdou a lei e não deixou mudá-la.
E manda na Abert.
Se os governos trabalhistas que vieram depois de Jango – a gente sabe quais são – tivessem um mínimo de informação e um máximo de coragem tinham recuperado os vetos de Waldir.
Estão ali os pontos centrais do que seria uma regulação da mídia – numa Democracia.
(Numa inconfidência, ao pé do ouvido, Waldir me confessou que redigiu os vetos que, formalmente, eram do Presidente João Goulart.)
Anos depois, de volta do exílio com Jango, a quem sempre foi fiel, Waldir foi ministro, governador da Bahia e deputado federal.
Nessa função, quase solitária, ele conseguiu, com competência e bravura impedir que o então presidente entreguista Fernando Henrique Cardoso entregasse a Base de Alcântara aos americanos.
Waldir montou uma resistência feroz e bem-informada.
O entreguista foi derrotado.
Provisoriamente.
Porque os canalhas de hoje, com esse entreguista da estirpe do Fernando Henrique – o suposto chanceler Aloysio Nunes Ferreira, o Aloysio 500 mil, entregou Alcântara aos americanos, em troca… de nada!
Talvez Aloysio e Fernando Henrique tenham agora feito uma barganha do diabo.
Entregam Alcântara e, quando a canoa virar – o que será breve - conseguem o que Serra conseguiu em 1964.
De repente… aparecem nos Estados Unidos.
Salvos.
Waldir terá outro destino.
A História!