Polícia mata 9 apoiadores de Evo na Bolívia
Exército recebeu camponeses a tiros... (Reprodução: Rede Globo)
Policiais bolivianos leais ao governo interino - e golpista - da senadora Jeanine Áñez realizaram um massacre contra manifestantes a favor de Evo Morales na tarde desta sexta-feira 15/XI.
Em Cochabamba, no oeste do país, cerca de 400 pessoas - em grande maioria agricultores indígenas - tentaram marchar em direção ao centro da cidade. Soldados do exército e agentes da polícia impediram a continuação do ato e atacaram os manifestantes indiscriminadamente.
Nove manifestantes morreram e cerca de 115 ficaram feridos. Ao menos 169 pessoas foram detidas pela polícia.
Os protestos continuaram no sábado 16/XI: em Sacaba, na periferia de Cochabamba, um grupo de camponeses manifestantes foi trancado pelo Exército dentro de um túnel.
Em seu Twitter, o presidente legítimo Evo Morales pediu que as forças de segurança encerrem os ataques: "peço às Forças Armadas e à Polícia Boliviana que parem o massacre. Os uniformes das instituições da pátria não podem se manchar com o sangue do nosso povo", afirmou.
Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile e atual Comissária de Direitos Humanos da ONU denunciou "o uso desnecessário e desproporcional da força pela polícia e pelo Exército" e alertou que a violência das forças de segurança poderá levar a Bolívia "a sair do controle".
Apoiadores de Evo Morales continuam a realizar protestos de grandes proporções nas cidades de La Paz, El Alto e em outras regiões de maioria indígena - áreas de apoio ao seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS).
Desde a renúncia do presidente Evo Morales no domingo 10/XI 23 pessoas morreram nos protestos na Bolívia.
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