Por que esse é o melhor discurso da Presidenta
"Quem tem força moral para atacar a minha honra?"
publicado
14/10/2015
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O Conversa Afiada reproduz trecho essencial do discurso - o melhor de sua carreira política - que a Presidenta Dilma fez ontem, terça-feira, 13/10, no Congresso da CUT.
É bom lembrar que, com a recuperação do quórum dos 2/3 para o processo de impítim, ela falou depois de o Supremo ter lançado uma pá de cal nos "moralistas sem moral".
Disse ela:
(...)
Nós atualmente estamos fazendo um grande esforço, para quê? Para manter as conquistas, para não haver retrocesso. Alguns dizem ou escondem o que nós estamos fazendo. Dizem que nós não estamos fazendo nada. Não é verdade. Mesmo nesse ano, em que cortamos despesas e enfrentamos dificuldades, é importante aqui falar alguns números que mostram que nós continuamos, sistematicamente, perseguindo aquilo que é o nosso compromisso básico. Por exemplo, só em 2015, só em 2015, nós criamos 906 mil novas vagas para estudantes acessarem a universidades neste País. Como dizia o presidente Lula: “Nunca dantes na história do nosso País, uma crise foi enfrentada com 906 mil vagas para as universidades”. Nós, mesmo nesse ano de dificuldades, estamos criando 1 milhão e 300 mil vagas no Pronatec, para trabalhadores, trabalhadoras e jovens estudantes. Nós mantivemos a política de valorização do salário mínimo até 2019.
Criamos a política de proteção ao emprego, para diminuir o impacto da crise sobre os trabalhadores - a partir, aliás, de uma proposta que nos foi apresentada pela CUT. Entregamos já 280 mil moradias. Até o final do ano, neste ano de 2015, entregaremos 360 mil moradias. Um número maior do que foi entregue antes dos nossos governos em qualquer ano, em qualquer ano. Nós chegamos, e aqui está o Padilha, nós chegamos, Padilha, já a 18 mil médicos atendendo no Sistema Básico de Saúde. Chegamos agora a atender 63 milhões de pessoas que antes não tinham atendimento médico adequado. Hoje 8 milhões são beneficiados com remédios gratuitos de hipertensão, diabetes e asma. Cerca - e aí é um dado fundamental - cerca de 14 milhões recebem o Bolsa Família, sem um único atraso, de nenhum dia de atraso.
Por isso, por esses números, tem vários outros, por isso, é importante saber: nós não estamos parados. Nós sabemos que existem dificuldades econômicas. Se a gente não soubesse que existiria dificuldades econômicas, a gente não seria capaz de superá-las. Nós sabemos que existe e fazemos tudo para que o País volte a crescer. Eu compartilho com vocês a preocupação de interromper, com rapidez, o crescimento do desemprego que tanto mal faz ao Brasil e aos trabalhadores.
Para nós, do governo, o indicador mais importante, aquele que a gente busca 24 horas por dia, é gerar empregos. Por isso, eu quero dizer que nós trabalhamos muito para mudar o cenário vigente. Esse cenário, para ser mudado, nós precisamos de estabilidade política. Precisamos, amigas e amigos da CUT, de estabilidade política, sim.
Porque hoje nós vivemos… Meus queridos e minhas queridas, nós, sem dúvida nenhuma, vivemos uma crise política séria, séria, no nosso País. E que, neste exato momento se expressa na tentativa dos opositores ao nosso governo de fazer o terceiro turno, de fazer um terceiro turno. Essa tentativa de fazer um terceiro turno no Brasil, ela começou no dia seguinte às eleições. Quando nós ganhamos as eleições, no dia seguinte começou essa tentativa. Agora ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder, de dar um passo, um salto e chegar ao poder fazendo um golpe, dando um golpe. Eu falei “fazendo” porque trata-se de construir, de forma artificial, o impedimento de um governo eleito pelo voto direto, com 54 milhões de votos dados a nós, de votos dados ao nosso projeto. Ótimo. O artificialismo - artificial é covarde, disse aí um companheiro - o artificialismo dos argumentos é absoluto. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam, sem nenhum pudor, no “quanto pior melhor”. Quanto pior melhor. Pior para a população e melhor para eles.
O interessante é que eles votam contra medidas que eles próprios aprovaram no passado. Nessa política de quanto pior melhor, não há nenhum comedimento, nenhum limite, nenhum pudor, porque votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Envenenam a população todos os dias nas redes sociais e na mídia. E pior é que espalham o ódio, espalham a intolerânicia. Nosso País não se caracteriza pelo ódio e pela intolerância, pelo contrário, uma das características mais importantes do Brasil é a sua diversidade.
Companheiros,
Espalham o ódio e a intolerância, e isso é muito grave porque o Brasil tem uma tradição. O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com a diferença. Nós somos um país formado por etinias diferentes. Somos tolerantes em relação às pessoas, ao que elas acreditam, às religiões que adotam. Nós somos eminentemente um povo que tem um grande componente, que é o fato de sermos formados das mais diversas etnias. Então, quando você instila ódio, quando você instila intolerância, você está indo contra valores fundamentais, que formam o nosso País.
Querem criar uma onda, querem criar uma onda que leve, de qualquer jeito, ao encurtamento do meu mandato, sem fato jurídico, sem qualquer materialidade que me desabone. O que antes era inconformismo, por terem perdido a eleição, agora transformou-se em um claro desejo de retrocesso político, de ruptura institucional. E isso tem nome, isso tem nome, isso é um golpismo escancarado.
Eu tenho consciência que esse processo não é apenas contra mim. É contra o projeto que fez do Brasil um país que superou a miséria, que elevou milhões de pessoas às classes médias, que construiu um poderoso mercado interno. Isso, essas tentativas são contra um projeto. Esse Brasil, que hoje pode se orgulhar, pode se orgulhar de ter a primeira geração de crianças que não conheceu o flagelo da fome, a primeira geração de crianças que teve oportunidade de estudar.
É contra esse projeto, desse país que complementa a renda daqueles que precisam, que garante acesso à casa própria por meio de subsídios, sim, do Estado brasileiro. Por meio de subsídios, sim. É contra um projeto de desenvolvimento que sempre priorizou a geração de emprego e garantiu aumentos reais do salário-mínimo e que garantiu que nós tivéssemos uma pauta clara, que colocasse aqueles que mais precisam como sendo aqueles que o Estado mais deve atender. Esse projeto que criou, nos últimos anos, que criou uma das maiores classes médias do mundo e que, por isso, hoje tem e terá sempre nessa população, que passou a consumir, que passou a ter direitos, que passou a ter acesso aos serviços, a sua maior riqueza.
O desejo de retrocesso, eu tenho consciência, não é contra mim. É contra este novo país que construímos juntos, nas lutas das forças progressistas, dos trabalhadores, na força da CUT, dos sem terra, dos sem-teto, dos estudantes, dos movimentos sociais, de toda sociedade, organizada ou não.
Traduzido em atos ou não traduzido em atos, traduzido em xingamentos, esse discurso golpista não é apenas contra mim, mas contra aquilo que eu represento. E, companheiros, o que eu represento? Eu represento as conquistas históricas, as conquistas históricas do governo Lula. Se a gente quiser ir mais atrás, as conquistas históricas que transformaram o Brasil, que sustentaram a soberania desse País. Que fizeram com que o Brasil se tornasse um país que hoje olhava para os seus trabalhadores e trabalhadoras.
Eu represento as reformas que o Lula fez. Eu represento a soberania nacional, do Pré-sal, a defesa dos 30%, a defesa do conteúdo nacional, o mais longo período de distribuição de renda, de inclusão social e de redução das desigualdades.
O golpe, que todos os inconformados querem cometer, é, mais uma vez também, como sempre foi neste País, um golpe contra o povo. Mas podem ter certeza: não vão conseguir. Não irão conseguir. Nós, por exemplo, continuaremos questionando os termos da análise das contas realizadas pelo TCU. Tenho certeza de que, com calma e usando amplo direito de defesa, com completa transparência, teremos uma decisão equilibrada do Congresso Nacional.
O que chamam de “pedaladas fiscais” são atos administrativos que foram usados por todos os governos antes do meu. Eu quero deixar claro que nós não tivemos, nesses atos, nenhum interesse a não ser realizar nossas políticas sociais e nossas políticas de investimentos. Hoje questiona-se os repasses de recursos feitos para a Caixa, para o pagamento do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família. Portanto, para os programas sociais. Questionam as políticas de incentivo do investimento e do emprego, como o Programa de Sustentação do Investimento [PSI]. Aliás, a chamada equalização dos juros para estimular o investimento em indústrias e infraestrutura. De qualquer jeito é sempre bom lembrar que ambos os bancos públicos são formados com recursos que o tesouro aportam. Só o aporte do meu governo e do presidente Lula ao BNDES monta a meio trilhão de reais.
Faço um apelo a todos vocês: ninguém deve se iludir. Nenhum trabalhador pode baixar a guarda, é preciso defender a legalidade e normalidade com toda energia. É preciso mobilizar, dialogar com a população, esclarecer. Quem quer a paz social e a normalidade institucional não faz guerra política, e não destila ódio e intolerância.
A lógica dos que defendem que é preciso primeiro derrubar o governo para haver entendimento é a lógica do golpe e da divisão da sociedade brasileira. É tudo aquilo que nós sempre lutamos contra. A obsessão dos inconformados com a derrota nas urnas por obstruir um mandato de uma presidenta eleita, contra quem não existe acusação de crime algum, posso dizer para vocês: lutaremos e não deixaremos prosperar. Tem muita coisa em jogo, não é pouca coisa que está em jogo. A democracia, pela qual nós lutamos, o voto popular como base do poder, a inviolabilidade do mandato concedido pelo povo. Foi por isso que nós lutamos durante os anos que cobriram a América Latina, a América do Sul, o nosso querido Uruguai, o Brasil, a Argentina, com as trevas da ditadura.
Para impedir o retrocesso conto com as forças democráticas do Congresso, conto com a serenidade dos nossos tribunais, conto com o povo brasileiro e com os movimentos sociais. Conto com vocês, minhas amigas e meus amigos da CUT.
Eu quero dizer para vocês que a sociedade brasileira conhece os chamados “moralistas sem moral”. E os conhece, em parte, porque o meu governo e o governo do presidente Lula propiciou e estimulou o mais enérgico combate à corrupção de nossa história. Quero dizer que há, com certeza, sobre esse processo, apenas uma certeza: nós jamais negociamos ou negociaremos com os mal-feitos. Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Pergunto, com toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Quem? Obrigada, muito obrigada.
Quero dizer a vocês: eu lutei a minha vida inteira pela liberdade e vou continuar lutando. E agora tenho ido à luta mais uma vez, e irei quantas forem necessárias. Lutarei para defender o mandato que me foi concedido pelo voto popular, pela democracia e pelo nosso projeto. Nosso projeto de desenvolvimento, de inclusão social, de combate às desigualdades.
Eu sou presidenta porque fui eleita pelo povo em eleições lícitas. Tenho, a meu favor, a legitimidade das urnas, que me protege e à qual eu tenho o dever de proteger.
Eu sou presidenta para defender a Constituição e a democracia, tão duramente conquistada por nós. Sou presidenta para travar as boas lutas civilizatórias, como a luta de gênero, contra o racismo, contra a intolerância. Para implementar o Plano Nacional de Educação, para reformar o nosso sistema de representação política. Sou presidenta para dar continuidade ao processo de emancipação do nosso povo da pobreza, da exclusão. Para fazer do Brasil uma nação de oportunidades para todas e todos.
Nós atualmente estamos fazendo um grande esforço, para quê? Para manter as conquistas, para não haver retrocesso. Alguns dizem ou escondem o que nós estamos fazendo. Dizem que nós não estamos fazendo nada. Não é verdade. Mesmo nesse ano, em que cortamos despesas e enfrentamos dificuldades, é importante aqui falar alguns números que mostram que nós continuamos, sistematicamente, perseguindo aquilo que é o nosso compromisso básico. Por exemplo, só em 2015, só em 2015, nós criamos 906 mil novas vagas para estudantes acessarem a universidades neste País. Como dizia o presidente Lula: “Nunca dantes na história do nosso País, uma crise foi enfrentada com 906 mil vagas para as universidades”. Nós, mesmo nesse ano de dificuldades, estamos criando 1 milhão e 300 mil vagas no Pronatec, para trabalhadores, trabalhadoras e jovens estudantes. Nós mantivemos a política de valorização do salário mínimo até 2019.
Criamos a política de proteção ao emprego, para diminuir o impacto da crise sobre os trabalhadores - a partir, aliás, de uma proposta que nos foi apresentada pela CUT. Entregamos já 280 mil moradias. Até o final do ano, neste ano de 2015, entregaremos 360 mil moradias. Um número maior do que foi entregue antes dos nossos governos em qualquer ano, em qualquer ano. Nós chegamos, e aqui está o Padilha, nós chegamos, Padilha, já a 18 mil médicos atendendo no Sistema Básico de Saúde. Chegamos agora a atender 63 milhões de pessoas que antes não tinham atendimento médico adequado. Hoje 8 milhões são beneficiados com remédios gratuitos de hipertensão, diabetes e asma. Cerca - e aí é um dado fundamental - cerca de 14 milhões recebem o Bolsa Família, sem um único atraso, de nenhum dia de atraso.
Por isso, por esses números, tem vários outros, por isso, é importante saber: nós não estamos parados. Nós sabemos que existem dificuldades econômicas. Se a gente não soubesse que existiria dificuldades econômicas, a gente não seria capaz de superá-las. Nós sabemos que existe e fazemos tudo para que o País volte a crescer. Eu compartilho com vocês a preocupação de interromper, com rapidez, o crescimento do desemprego que tanto mal faz ao Brasil e aos trabalhadores.
Para nós, do governo, o indicador mais importante, aquele que a gente busca 24 horas por dia, é gerar empregos. Por isso, eu quero dizer que nós trabalhamos muito para mudar o cenário vigente. Esse cenário, para ser mudado, nós precisamos de estabilidade política. Precisamos, amigas e amigos da CUT, de estabilidade política, sim.
Porque hoje nós vivemos… Meus queridos e minhas queridas, nós, sem dúvida nenhuma, vivemos uma crise política séria, séria, no nosso País. E que, neste exato momento se expressa na tentativa dos opositores ao nosso governo de fazer o terceiro turno, de fazer um terceiro turno. Essa tentativa de fazer um terceiro turno no Brasil, ela começou no dia seguinte às eleições. Quando nós ganhamos as eleições, no dia seguinte começou essa tentativa. Agora ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder, de dar um passo, um salto e chegar ao poder fazendo um golpe, dando um golpe. Eu falei “fazendo” porque trata-se de construir, de forma artificial, o impedimento de um governo eleito pelo voto direto, com 54 milhões de votos dados a nós, de votos dados ao nosso projeto. Ótimo. O artificialismo - artificial é covarde, disse aí um companheiro - o artificialismo dos argumentos é absoluto. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam, sem nenhum pudor, no “quanto pior melhor”. Quanto pior melhor. Pior para a população e melhor para eles.
O interessante é que eles votam contra medidas que eles próprios aprovaram no passado. Nessa política de quanto pior melhor, não há nenhum comedimento, nenhum limite, nenhum pudor, porque votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Envenenam a população todos os dias nas redes sociais e na mídia. E pior é que espalham o ódio, espalham a intolerânicia. Nosso País não se caracteriza pelo ódio e pela intolerância, pelo contrário, uma das características mais importantes do Brasil é a sua diversidade.
Companheiros,
Espalham o ódio e a intolerância, e isso é muito grave porque o Brasil tem uma tradição. O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com a diferença. Nós somos um país formado por etinias diferentes. Somos tolerantes em relação às pessoas, ao que elas acreditam, às religiões que adotam. Nós somos eminentemente um povo que tem um grande componente, que é o fato de sermos formados das mais diversas etnias. Então, quando você instila ódio, quando você instila intolerância, você está indo contra valores fundamentais, que formam o nosso País.
Querem criar uma onda, querem criar uma onda que leve, de qualquer jeito, ao encurtamento do meu mandato, sem fato jurídico, sem qualquer materialidade que me desabone. O que antes era inconformismo, por terem perdido a eleição, agora transformou-se em um claro desejo de retrocesso político, de ruptura institucional. E isso tem nome, isso tem nome, isso é um golpismo escancarado.
Eu tenho consciência que esse processo não é apenas contra mim. É contra o projeto que fez do Brasil um país que superou a miséria, que elevou milhões de pessoas às classes médias, que construiu um poderoso mercado interno. Isso, essas tentativas são contra um projeto. Esse Brasil, que hoje pode se orgulhar, pode se orgulhar de ter a primeira geração de crianças que não conheceu o flagelo da fome, a primeira geração de crianças que teve oportunidade de estudar.
É contra esse projeto, desse país que complementa a renda daqueles que precisam, que garante acesso à casa própria por meio de subsídios, sim, do Estado brasileiro. Por meio de subsídios, sim. É contra um projeto de desenvolvimento que sempre priorizou a geração de emprego e garantiu aumentos reais do salário-mínimo e que garantiu que nós tivéssemos uma pauta clara, que colocasse aqueles que mais precisam como sendo aqueles que o Estado mais deve atender. Esse projeto que criou, nos últimos anos, que criou uma das maiores classes médias do mundo e que, por isso, hoje tem e terá sempre nessa população, que passou a consumir, que passou a ter direitos, que passou a ter acesso aos serviços, a sua maior riqueza.
O desejo de retrocesso, eu tenho consciência, não é contra mim. É contra este novo país que construímos juntos, nas lutas das forças progressistas, dos trabalhadores, na força da CUT, dos sem terra, dos sem-teto, dos estudantes, dos movimentos sociais, de toda sociedade, organizada ou não.
Traduzido em atos ou não traduzido em atos, traduzido em xingamentos, esse discurso golpista não é apenas contra mim, mas contra aquilo que eu represento. E, companheiros, o que eu represento? Eu represento as conquistas históricas, as conquistas históricas do governo Lula. Se a gente quiser ir mais atrás, as conquistas históricas que transformaram o Brasil, que sustentaram a soberania desse País. Que fizeram com que o Brasil se tornasse um país que hoje olhava para os seus trabalhadores e trabalhadoras.
Eu represento as reformas que o Lula fez. Eu represento a soberania nacional, do Pré-sal, a defesa dos 30%, a defesa do conteúdo nacional, o mais longo período de distribuição de renda, de inclusão social e de redução das desigualdades.
O golpe, que todos os inconformados querem cometer, é, mais uma vez também, como sempre foi neste País, um golpe contra o povo. Mas podem ter certeza: não vão conseguir. Não irão conseguir. Nós, por exemplo, continuaremos questionando os termos da análise das contas realizadas pelo TCU. Tenho certeza de que, com calma e usando amplo direito de defesa, com completa transparência, teremos uma decisão equilibrada do Congresso Nacional.
O que chamam de “pedaladas fiscais” são atos administrativos que foram usados por todos os governos antes do meu. Eu quero deixar claro que nós não tivemos, nesses atos, nenhum interesse a não ser realizar nossas políticas sociais e nossas políticas de investimentos. Hoje questiona-se os repasses de recursos feitos para a Caixa, para o pagamento do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família. Portanto, para os programas sociais. Questionam as políticas de incentivo do investimento e do emprego, como o Programa de Sustentação do Investimento [PSI]. Aliás, a chamada equalização dos juros para estimular o investimento em indústrias e infraestrutura. De qualquer jeito é sempre bom lembrar que ambos os bancos públicos são formados com recursos que o tesouro aportam. Só o aporte do meu governo e do presidente Lula ao BNDES monta a meio trilhão de reais.
Faço um apelo a todos vocês: ninguém deve se iludir. Nenhum trabalhador pode baixar a guarda, é preciso defender a legalidade e normalidade com toda energia. É preciso mobilizar, dialogar com a população, esclarecer. Quem quer a paz social e a normalidade institucional não faz guerra política, e não destila ódio e intolerância.
A lógica dos que defendem que é preciso primeiro derrubar o governo para haver entendimento é a lógica do golpe e da divisão da sociedade brasileira. É tudo aquilo que nós sempre lutamos contra. A obsessão dos inconformados com a derrota nas urnas por obstruir um mandato de uma presidenta eleita, contra quem não existe acusação de crime algum, posso dizer para vocês: lutaremos e não deixaremos prosperar. Tem muita coisa em jogo, não é pouca coisa que está em jogo. A democracia, pela qual nós lutamos, o voto popular como base do poder, a inviolabilidade do mandato concedido pelo povo. Foi por isso que nós lutamos durante os anos que cobriram a América Latina, a América do Sul, o nosso querido Uruguai, o Brasil, a Argentina, com as trevas da ditadura.
Para impedir o retrocesso conto com as forças democráticas do Congresso, conto com a serenidade dos nossos tribunais, conto com o povo brasileiro e com os movimentos sociais. Conto com vocês, minhas amigas e meus amigos da CUT.
Eu quero dizer para vocês que a sociedade brasileira conhece os chamados “moralistas sem moral”. E os conhece, em parte, porque o meu governo e o governo do presidente Lula propiciou e estimulou o mais enérgico combate à corrupção de nossa história. Quero dizer que há, com certeza, sobre esse processo, apenas uma certeza: nós jamais negociamos ou negociaremos com os mal-feitos. Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Pergunto, com toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Quem? Obrigada, muito obrigada.
Quero dizer a vocês: eu lutei a minha vida inteira pela liberdade e vou continuar lutando. E agora tenho ido à luta mais uma vez, e irei quantas forem necessárias. Lutarei para defender o mandato que me foi concedido pelo voto popular, pela democracia e pelo nosso projeto. Nosso projeto de desenvolvimento, de inclusão social, de combate às desigualdades.
Eu sou presidenta porque fui eleita pelo povo em eleições lícitas. Tenho, a meu favor, a legitimidade das urnas, que me protege e à qual eu tenho o dever de proteger.
Eu sou presidenta para defender a Constituição e a democracia, tão duramente conquistada por nós. Sou presidenta para travar as boas lutas civilizatórias, como a luta de gênero, contra o racismo, contra a intolerância. Para implementar o Plano Nacional de Educação, para reformar o nosso sistema de representação política. Sou presidenta para dar continuidade ao processo de emancipação do nosso povo da pobreza, da exclusão. Para fazer do Brasil uma nação de oportunidades para todas e todos.