Prazo de serventia se esgotou!
Na eleição de 2006, o candidato Michel Temer, do PMDB de São Paulo teve 99 mil votos.
O que equivalia a 0,47% dos votos válidos.
Ele foi o 54º deputado mais votado.
Teria sido fragorosamente derrotado, não fosse o total dos votos dados ao PMDB.
E de 2009 a 2010 foi Presidente da Câmara dos Deputados.
Como diz magistralmente o Fernando Brito:
Temer: de “inútil útil”, a “útil inútil” e, enfim, ‘inútil inútil”
A carreira política de Michel Temer se fez na obscuridade dos acordos políticos, dos negócios de (e com o ) Estado, das articulações internas do PMDB e do que tudo o que isso quer dizer.
Foi isso, e nada mais, o que o levou aos cargos, ao mandatos e, finalmente, à necessidade de colocá-lo como candidato a vice de Dilma, duas vezes: porque ele era considerado uma “inutilidade útil”, capaz de manter o PMDB “quieto” com umas migalhas – algumas delas pessoais, como Moreira Franco e Eliseu Padilha.
O resto se resolvia com a vaidade e a pompa oca de quem sempre as apreciou muito.
Eduardo Cunha, a insurreição tucana contra o resultado eleitoral e o rolo compressor da mídia é que mudaram a sua natureza e o estimularam a ser, agora, um “útil inútil” presidente da República.
Tudo o que se festeja da suposta “habilidade” política de Michel Temer – o homem que ia “unir o Brasil – resiste ao desligamento do trator midiático, que é o que empurra a PEC dos Cortes e a Reforma da Previdência.
O episódio da indicação do tucano Antonio Imbassahy para o lugar de Geddel Vieira Lima como ministro da Secretaria de Governo, cuja função é justamente articular e obter apoio entre os deputados e ver sua escolha barrada justamente pela reação negativa de sua mais numerosa bancada de apoio, o “centrão” é a maior prova de que, sem seus asseclas palacianos – um abatido literalmente e outro abatido pelas denúncias – , Temer não sabe se mover no Congresso.
No Congresso, porque transformou Renan Calheiros – que a uma semana do recesso e do fim prático de seu mandato – de “pato manco”, aquele que não ganha nem mesmo cafezinho mais em “dono da barraquinha” da Câmara Alta da República.
Na Reforma da Previdência, de novo, errou na mão e conseguiu perder apoio até entre os mais incondicionais defensores do arrocho. Regras de transição abiloladamente abruptas, garfadas nas pensões e nos benefícios a pessoas com deficiência conseguiram, mesmo com o discurso monocórdio endossado pela mídia de que “a previdência vai quebrar”, despertar insatisfação por toda a parte.
Tanto que, nos jornais de hoje, já se admite uma “revisão” das regras. Um, aliás, já foi feita naquele esquema do “troca a versão”, excluindo policiais militares e bombeiros da regras ditas “gerais”.
Pode rever, mas não vai se livrar do desgaste que vai corroe-lo até a negociação “para valer”, que começa em fevereiro, com o fim do recesso parlamentar. Como disse o Vinícius de Moares, “se foi pra desfazer, porque é que fez”.
Fez porque precisa “mostrar serviço” ao capital financeiro, que não quer “sangue ralo” no sangue econômico que sua a este país.
Temer, que foi um “inútil útil” e passou a ser um “útil inútil” faz força para continuar a ser considerado um “inútil inútil”.
Em tempo: sobre o prodíjio: - PHA
Em tempo2: o Conversa Afiada prefere que ele se ferre até 2018. Quem mandou rasgar a Constituição, bater panela, puxar saco de pato?