Primeiro de maio será o grande teste da resistência
O Conversa Afiada publica sereno (sempre!) artigo de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
As cartas estão na mesa. Jair Bolsonaro e sua famiglia de desequilibrados andam a todo vapor para destruir qualquer resquício de avanço social no Brasil.
O tenente expulso do Exército aproveita-se da divisão das elites para pintar e bordar. A mídia gorda aplaude na condição de plateia. Finge que discorda aqui e ali, mas no fundamental a unanimidade salta à vista: destruir a aposentadoria e eliminar Lula da cena política.
Difícil encontrar na literatura jornalística algo mais deprimente do que os “encontros” promovidos pelo tenente terrorista com representantes da “imprensa” escolhidos a dedo. Em troca de um pedaço de bolo de cenoura, uma xícara de café e sorrisos hipócritas, pseudo-jornalistas confraternizam com um paranoico que jamais fez autocrítica de suas posições reacionárias, neo-fascistas e anti-povo.
Na mesma cerimônia em que brindava com penas de aluguel, Bolsonaro fazia juras de amor para um vice-presidente sabidamente (...) e idólatra da ditadura militar. Para não deixar dúvidas de suas convicções, informa-se no mesmo dia que o tenente demitiu um diretor do Banco do Brasil por causa de uma propaganda mostrando a diversidade do Brasil. Mais tarde, foi em frente: estimulou o turismo sexual em solo nacional, desde que não seja “coisa de gay”. “Aqui temos família”.
É insuportável.
Mas a mãe de todas as batalhas do momento é a liquidação da aposentadoria. Isso não será resolvido nos porões deste Congresso. Até o tapete em que os parlamentares pisam sabe que tudo depende do preço pago pelo Planalto. E a farra com o dinheiro dos impostos pagos pelo povo escorre a céu aberto.
A resistência popular é que vai decidir o desfecho deste enredo. Não cabe se iludir. Vamos lembrar: a oposição jurava que a presidenta Dilma ficaria no cargo. Viu-se o que aconteceu. Depois, garantia que a reforma trabalhista seria enterrada. Está mais viva do que nunca. No entanto, a eliminação da aposentadoria desenhada por Michel Temer foi barrada graças à maior greve geral já ocorrida no Brasil.
Esse é o contexto.
O Primeiro de Maio será um grande teste. Aparentemente, as centrais sindicais e os movimentos populares estão unidos na rejeição unânime ao ataque tramado pelo grande capital nacional e internacional, políticos alaranjados, judiciário cúmplice e a mídia obediente – todos representados por um militar sem nenhuma condição de comandar sequer um quartel de recrutas iniciantes.
Que venham grandes manifestações à altura deste embate.
Joaquim Xavier
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