Salvador: o 2 de julho de ACM Neto

Milhares de pessoas compareceram na manhã deste domingo, dia 2, ao tradicional desfile do Dois de Julho, em Salvador, dia em que se comemora a Independência da Bahia. Além do cortejo cívico, o desfile contou com a forte manifestação política da população. De cartazes exigindo a saída do golpista Michel Temer a manifestante carregando simbolicamente uma mala de R$ 500 mil (em referência ao ex-assessor de Temer, Rocha Loures, solto pelo STF), o coro dominante foi o “Fora Temer!” e em defesa das Diretas.

Ainda na concentração, no largo da Lapinha, apoiadores do juiz Sérgio Moro foram vaiados e chamados de golpistas, mas não houve confusão. O cortejo seguiu sem maiores incidentes do bairro da Lapinha, passando pelo Barbalho, o tradicional Santo Antônio Além do Carmo e seguiu até o Pelourinho, final do percurso. Diversas autoridades, como o governador Rui Costa (PT), o ex-ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, as senadoras Lídice da Mata (PSB-BA) e Gleisi Hoffmann, que também é presidente nacional do PT, participaram do cortejo.

(...) Para a surpresa de todos, o prefeito de Salvador, ACM Neto, notificou os proprietários de imóveis que ficam nas ruas por onde passa o desfile e os proibiu de afixar faixas e cartazes. O ato de censura foi veementemente criticado pelos moradores da região, além de ser uma clara e inaceitável ilegalidade, pois violenta o princípio constitucional da liberdade de expressão. A vereadora Marta Rodrigues (PT-BA) se manifestou e chegou a dizer que nem mesmo o avô do atual prefeito, o famigerado ACM, tentou impor uma lei da mordaça ao Dois de Julho. “Nem o avô dele, conhecido nacionalmente pela postura ditatorial e coronelista, teve a audácia, quando prefeito (biônico) e dono dos prefeitos de sua coligação, de interferir no nosso dois de julho desse jeito. Já sabemos que essa prefeitura de Neto age cotidianamente para calar a voz do povo, mas dessa vez beirou o absurdo”, atacou.

Durante o desfile, também participaram movimentos sociais e sindicatos, que também protestaram pela saída do presidente golpista, contra as reformas trabalhista e previdenciária, além de exigirem eleições diretas.