Senadores chamam PMDB de oportunista
"A chapa Temer-Cunha é de caráter totalmente golpista", disse Lindbergh
publicado
06/04/2016
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Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) rebateram Romero Jucá
Saiu na Rede Brasil Atual:
Senadores de várias siglas rebatem Jucá e chamam PMDB de oportunista
Brasília – Parlamentares de vários partidos rebateram o discurso feito na tarde de ontem (5) pelo novo presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), no plenário do Senado. Para alguns, os peemedebistas têm adotado uma postura oportunista. Os comentários partiram de parlamentares da base aliada e da oposição, casos de Lindbergh Farias (PT-RJ), Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), Álvaro Dias (PV-PR) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Um dos principais opositores ao governo, Caiado cumprimentou Jucá, mas cobrou um posicionamento do PMDB sobre o impeachment. "É importante que os partidos mostrem a sua cara e digam a que vieram. Se o PMDB teve a maioria de votos para sair do governo, deve convocar também uma reunião da sua executiva nacional para deliberar sobre o processo de impeachment, porque o que estamos assistindo é uma vergonha nacional. As pessoas, de vários partidos, estão aguardando para tomar a decisão mais oportunista, conforme lhes for conveniente na última hora”, declarou.
Já Álvaro Dias disse que estava "espantado" ao ouvir as declarações dos peemedebistas, em especial de Jucá. “O sistema numérico na política brasileira nos transformou nestes últimos anos em uma oposição raquítica, enquanto inúmeros de vocês peemedebistas estavam do outro lado, se banqueteando. Agora, o senhor tenta lavar as mãos sobre os desmandos do governo, senador. O PMDB, ao contrário do que o senhor fala, votou com o governo, ocupou e ocupa vários cargos no governo e ajudou a aprovar várias medidas que contribuíram para a crise que está aí”, enfatizou.
Quebra de legados
Quem também reagiu foi Lindbergh Farias. Primeiro a apartear o discurso do novo presidente peemedebista, ele afirmou que o discurso de Jucá consiste em nada mais do que “uma ação tardia para disfarçar o indisfarçável, que é o fato de que Temer está trabalhando pelo impeachment”. Lindbergh disse ainda que "assustou o Brasil inteiro a decisão da última semana" com Jucá, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e outros peemedebistas juntos, de mãos dadas e levantadas para cima, quando o partido anunciou a saída do governo.
“Aquela cena mostrou ao país que existe uma chapa nova no país, a chapa Temer-Cunha, de caráter totalmente golpista. A sensação que temos é que o PMDB tenta dar uma quartelada no país. Se houver um impeachment, vocês correm o risco de os manifestantes das duas passeatas, a que defende a presidenta e a que pede o impeachment, se reunirem para gritar 'fora Temer'”, afirmou Lindbergh, acrescentando que o atual vice, se assumir a Presidência, será um presidente sem credibilidade e sem apoio popular.
O senador petista também comentou o documento Uma Ponte para o Futuro, que apresenta um plano de trabalho para o país no caso de um governo peemedebista. Segundo ele, o documento acaba com os legados de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas. “Acaba com o legado de Lula quando fala em acabar com a política de valorização do salário mínimo. Com o de Ulysses porque sabemos da luta dele para fazer com que os setores de educação e saúde passassem a ser direitos constitucionais. E com o legado de Getúlio quando põe por terra a Consolidação das Leis do Trabalho.”
Histórico
“Assusta-me a capacidade de manobra dos peemedebistas", disse, por sua vez, Vanessa Graziottin. "Quero dizer também que não são 342 os votos necessários para o impeachment, mas 171 os votos necessários para que o impeachment seja derrubado na Câmara. E espero que o PMDB, esse partido tão histórico, seja o primeiro a dizer, após esse processo acabar, que vai agora ajudar a presidenta Dilma a governar este país.”
Vanessa também fez ressalvas pelo fato de o senador, que é economista, ter falado sobre redução de empregos e crise, mas sem abordar o mérito do pedido de impeachment. “Senador, o senhor é, de todos nós, quem mais entende das questões de orçamento, no entanto o senhor não falou das pedaladas e não explicou que as pedaladas não constituem crime de responsabilidade por parte da presidenta. O momento é difícil e pede equilíbrio e serenidade por parte de todos nós”, afirmou.
Jucá, em resposta, afirmou que o governo provocou a crise política quando, ao assumir seu segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff deixou o PMDB de lado, assim como uma ala do PT, e tentou criar uma espécie de “centrão”, ao lado de outros partidos.
Cristovam Buarque (PPS-DF) sugeriu a convocação de novas eleições, caso o impeachment seja aprovado. “Queria saber quando é que o senhor vai conseguir retirar do governo os ministros do PMDB que insistem em permanecer nos cargos”, ironizou Buarque.
Um dos principais opositores ao governo, Caiado cumprimentou Jucá, mas cobrou um posicionamento do PMDB sobre o impeachment. "É importante que os partidos mostrem a sua cara e digam a que vieram. Se o PMDB teve a maioria de votos para sair do governo, deve convocar também uma reunião da sua executiva nacional para deliberar sobre o processo de impeachment, porque o que estamos assistindo é uma vergonha nacional. As pessoas, de vários partidos, estão aguardando para tomar a decisão mais oportunista, conforme lhes for conveniente na última hora”, declarou.
Já Álvaro Dias disse que estava "espantado" ao ouvir as declarações dos peemedebistas, em especial de Jucá. “O sistema numérico na política brasileira nos transformou nestes últimos anos em uma oposição raquítica, enquanto inúmeros de vocês peemedebistas estavam do outro lado, se banqueteando. Agora, o senhor tenta lavar as mãos sobre os desmandos do governo, senador. O PMDB, ao contrário do que o senhor fala, votou com o governo, ocupou e ocupa vários cargos no governo e ajudou a aprovar várias medidas que contribuíram para a crise que está aí”, enfatizou.
Quebra de legados
Quem também reagiu foi Lindbergh Farias. Primeiro a apartear o discurso do novo presidente peemedebista, ele afirmou que o discurso de Jucá consiste em nada mais do que “uma ação tardia para disfarçar o indisfarçável, que é o fato de que Temer está trabalhando pelo impeachment”. Lindbergh disse ainda que "assustou o Brasil inteiro a decisão da última semana" com Jucá, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e outros peemedebistas juntos, de mãos dadas e levantadas para cima, quando o partido anunciou a saída do governo.
“Aquela cena mostrou ao país que existe uma chapa nova no país, a chapa Temer-Cunha, de caráter totalmente golpista. A sensação que temos é que o PMDB tenta dar uma quartelada no país. Se houver um impeachment, vocês correm o risco de os manifestantes das duas passeatas, a que defende a presidenta e a que pede o impeachment, se reunirem para gritar 'fora Temer'”, afirmou Lindbergh, acrescentando que o atual vice, se assumir a Presidência, será um presidente sem credibilidade e sem apoio popular.
O senador petista também comentou o documento Uma Ponte para o Futuro, que apresenta um plano de trabalho para o país no caso de um governo peemedebista. Segundo ele, o documento acaba com os legados de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas. “Acaba com o legado de Lula quando fala em acabar com a política de valorização do salário mínimo. Com o de Ulysses porque sabemos da luta dele para fazer com que os setores de educação e saúde passassem a ser direitos constitucionais. E com o legado de Getúlio quando põe por terra a Consolidação das Leis do Trabalho.”
Histórico
“Assusta-me a capacidade de manobra dos peemedebistas", disse, por sua vez, Vanessa Graziottin. "Quero dizer também que não são 342 os votos necessários para o impeachment, mas 171 os votos necessários para que o impeachment seja derrubado na Câmara. E espero que o PMDB, esse partido tão histórico, seja o primeiro a dizer, após esse processo acabar, que vai agora ajudar a presidenta Dilma a governar este país.”
Vanessa também fez ressalvas pelo fato de o senador, que é economista, ter falado sobre redução de empregos e crise, mas sem abordar o mérito do pedido de impeachment. “Senador, o senhor é, de todos nós, quem mais entende das questões de orçamento, no entanto o senhor não falou das pedaladas e não explicou que as pedaladas não constituem crime de responsabilidade por parte da presidenta. O momento é difícil e pede equilíbrio e serenidade por parte de todos nós”, afirmou.
Jucá, em resposta, afirmou que o governo provocou a crise política quando, ao assumir seu segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff deixou o PMDB de lado, assim como uma ala do PT, e tentou criar uma espécie de “centrão”, ao lado de outros partidos.
Cristovam Buarque (PPS-DF) sugeriu a convocação de novas eleições, caso o impeachment seja aprovado. “Queria saber quando é que o senhor vai conseguir retirar do governo os ministros do PMDB que insistem em permanecer nos cargos”, ironizou Buarque.