Serraglio embolsava propina em grana viva!
Cunha, Serraglio e Dantas: o que os une é o amor à Pátria
O Conversa Afiada acompanha de perto a ascensão de Osmar Serraglio após o Golpe dos canalhas, segundo o Requião e o Lindbergh.
(Serraglio é aquele jênio que disse, em 2016, que Eduardo Cunha era "um herói que merecia ser anistiado". Chegou ao ponto de chorar após a prisão do Cunha...)
Mas a brilhante trajetória de Serraglio guarda outros momentos inesquecíveis.
O amigo navegante há de se lembrar que foi ele o relator da inesquecível CPI dos Correios, que deu origem ao mensalão (o do PT, porque o do PSDB o Presidente Joaquim Barbosa fez questão de enviar aos juízes dos Inconfidentes, em Vila Rica).
Naquela CPI, Serraglio quase fechou o relatório antes de indiciar o Ínclito banqueiro.
(Não se esquecer de que Serraglio contou com a inestimável contribuição do então Ministro (sic) da Justiça (sic), José Eduardo Cardozo, a quem os amigos de Dantas se referiam como "zé" - aqui no C Af conhecido como zé da Justiça)
A então senadora Ideli Salvatti teve que sair a correr para indiciar o Dantas.
Ele foi de extrema serventia para o Ínclito Banqueiro, a quem, mais tarde, Eduardo Cunha, ídolo de Serraglio, também serviu com empenho e fidelidade na votação da Emenda dos Porcos.
Agora, vem à tona a notícia de que Serraglio recebeu vários pagamentos de propina em espécie em meio às investigações da Operação Carne Fraca:
O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho, delator da Operação Carne Fraca, afirmou que o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), ex-ministro da Justiça de Michel Temer, recebeu diversos pagamentos de propina em espécie. A maioria deles, segundo os depoimentos, girava em torno de R$ 10 mil. A delação premiada foi homologada no fim de dezembro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.
A operação investiga envolvimento de fiscais e de políticos em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular envolvendo frigoríficos. O ex-fiscal é apontado como líder do esquema descoberto pelos investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF).
Gonçalves também relatou que Serraglio foi um dos articuladores de sua nomeação para o cargo do ministério da Agricultura no estado. Um dos grampos telefônicos de Carne Fraca gravou uma conversa em que o deputado federal se refere a Daniel Gonçalves como "o grande chefe". Outro foco da delação é o também deputado federal Sergio de Souza (PMDB-PR), que também teria se beneficiado de propina do esquema.
Gonçalves também entregou outros políticos do PMDB do Paraná e detalhou como o sistema de compra de liberação de licenças por frigoríficos abastecia o caixa ilícito do partido.
O acordo de Daniel Gonçalves foi feito com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com o Ministério Público Federal no Paraná e estava há cerca três meses com o ministro Dias Toffoli aguardando homologação. Os relatos envolvendo nomes com foro privilegiado, como Serraglio, permanecerão no Supremo e aqueles que não se referem a pessoas com foro descerão para a primeira instância em Curitiba, que tem como responsável o juiz Marcos Josegrei.
O delator está preso na carceragem da PF na capital paranaense desde março de 2017, quando a operação foi deflagrada.
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