Stédile: Golpe contra Evo tem o dedo dos EUA

O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) João Pedro Stédile concedeu entrevista ao Brasil de Fato nesta segunda-feira 11/XI sobre o Golpe contra o presidente Evo Morales, na Bolívia.

"O que aconteceu na Bolívia foi a aplicação prática do que nós já tínhamos lido no livro 'Guerras Híbridas'", disse Stédile a respeito da obra de Andrew Korybko, analista político norteamericano radicado na Rússia. "É a estratégia do capital estadunidense para ir derrubando governos. Isso eles já aplicaram antes na Ucrânia, na Venezuela, na Colômbia, no Peru, no Equador."

Segundo Korybko, a "guerra híbrida" é uma estratégia diplomática e militar que se utiliza de métodos como controle de meios de comunicação, redes sociais, lawfare e notícias falsas - ferramentas mais sutis do que uma tradicional invasão, por exemplo - para garantir a queda de um governo e sua mudança por um regime mais maleável.

Stédile continua: "são ações terroristas que vão sequestrando as entidades públicas e colocando temor na população, a ponto que o próprio Evo se sentiu sequestrado e, para preservar a vida dos seus familiares, da sua irmã, das pessoas mais próximas, que já tinham até as casas incendiadas, ele tomou essa atitude política e renunciou."

"Eu espero que o povo da Bolívia se levante e dê um fim a essas práticas terroristas financiadas pelo governo dos Estados Unidos, com apoio dos outros fascistas que temos aqui na América Latina", finalizou.

Leia também no Conversa Afiada:

• Golpe na Bolívia atesta que o capitalismo neoliberal não tolera a democracia
• Rússia repudia o golpe na Bolívia e manda recado a Brasil e EUA
• Dilma: golpe na Bolívia é uma violência contra o povo!
• Golpe na Bolívia lembra o que Pinochet deu no Chile em 1973
• Golpe na Bolívia: México quer reunião urgente da OEA
• Grupo de Puebla reage ao golpe contra Evo: abre-se um grave precedente