Taradinhos não têm 342 deputados. Com nome e sobrenome!
O Globo publicou um interessante “infográfico” sobre o “passo a passo” do impeachment.
Interessantíssimo!
A certa altura, diz assim:
“A comissão especial” - que vai “estudar”o impeachment - elabora um parecer a ser submetido ao plenário da Câmara. É preciso 342 votos a favor (dois terços da casa), em votação aberta para o parecer ser aprovado”.
Mais adiante:
“O impeachment é aprovado no Senado se obtiver dois terços dos votos, ou seja, 54 votos sim”.
Em votação igualmente aberta.
Os taradinhos – como disse o Janio - não tem nem terão dois terços dos votos – abertos! - na Câmara e no Senado.
Porque, como se sabe, a estratégia do taradinho do Leblon inclui apunhalar o Temer pelas costas.
Para o taradinho do Leblon, de que adianta fazer esses esforço todo para entregar o poder nas mãos do Temer, do PMDB?
(É bem verdade que o Wellington Moreira Franco, a essa altura, já tenha acertado um ministério com o Aecím, de preferência com assento no Palácio do Planalto, como tinha com o FHC.)
E, com o impeachment da Dilma, o Temer assumiria – se não for igualmente impeachado – para convocar nova eleição em noventa dias.
Numa eleição em que, segundo os taradinhos, concorreriam apenas o Aecím, o Bispo Everaldo Neves, o Fidelix e o Eduardo Jorge Neves.
Porque o Ciro e a Bláblárina também seriam apunhalados no PiG com dossiês fulminantes.
Conclui-se, com a ajuda surpreendente dos “infográficos” do Globo, que esse Golpe do impítim é um delírio do Aecím, insuflado por um regime sub-democrático em que:
- o Tribunal das Contas tem relator com a autoridade moral de um refugiado da Castelo de Areia;
- uma ministra que se recusa a dizer quem é o dono do jatinho;
- o pai do Tiaguinho Cedraz;
- um Tribunal Superior Eleitoral que já aprovou as contas da Dilma, mas se deixou ir à segunda época por decisão do ministro (sic) Gilmar!;
(O que não chega a ser relevante, como demonstram Comparato e Bandeira de Mello: TCU e TSE não impeacham presidentes);
- uma Procuradoria Geral da República e um Procurador Geral que poupam a Oposição de uma forma constrangedora;
- uma Vara de Guantánamo e sua furiosa aspiração a reinventar o Brasil;
- e um PiG que só existe, desse jeito, no Brasil.
O impítim é isso aí.
Esse conjunto farsesco.
Que só tem a função prática de desgastar o Governo e o Lula.
Fazê-los sangrar.
E que não resiste a um infográfico do Globo.
Paulo Henrique Amorim