The Economist: BolsoNero brinca com a pandemia e o povo deve ignorá-lo
(Reprodução/Redes Sociais)
Em longa reportagem sobre o Brasil, a revista britânica The Economist se refere a Jair Bolsonaro como "BolsoNero" e diz que o presidente brasileiro brinca com a pandemia do novo coronavírus.
"À medida que o sofrimento se espalhar, o custo político para Bolsonaro ficará mais claro. Vinte e três pessoas que viajaram com ele para visitar Donald Trump na Flórida este mês testaram positivo para o covid-19. Em 13 de março, a Fox News informou que o filho do presidente, Eduardo, disse que seu pai estava com o vírus. Ambos então negaram. Um juiz ordenou que o hospital militar de Brasília publicasse os nomes dos casos confirmados da delegação. Omitiu dois", diz trecho da matéria.
The Economist cita, ainda, alguns dos momentos em que Bolsonaro fez pouco caso da pandemia. "Se o vírus na Itália pula entre gerações que vivem juntas, no Brasil ele começa pulando entre classes, socialmente distantes, mas fisicamente próximas. Um vetor pode ser o presidente populista Jair Bolsonaro. Em 15 de março, depois que seu secretário de comunicação testou positivo para o vírus, ele ignorou as ordens de quarentena e tirou selfies com os fãs. Quando o primeiro brasileiro morreu de covid-19 no dia seguinte, ele denunciou 'histeria' sobre o vírus", prossegue a revista.
"Mas os trabalhadores contra a doença devem bloquear os sinais de um presidente que continua a menosprezar os esforços de todos. Em 25 de março, ele mandou [o ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta parar de pedir distanciamento social em larga escala. Em discurso televisionado em 24 de março, ele pediu aos governos locais que abandonassem as estratégias de 'terra arrasada', como fechar escolas e lojas, e criticou a mídia por espalhar 'a sensação de medo'", diz a reportagem.