Toffoli manda Lava Jato parar investigações sobre Serra
(Agência Brasil)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu nesta quarta-feira 29/VII as investigações da Operação Lava Jato sobre a campanha do senador José Serra (PSDB) em 2014.
"Defiro a liminar para suspender, até a análise do caso pelo eminente Relator, toda a investigação deflagrada, em trâmite no Juiz Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo", escreveu Toffoli na decisão. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes.
Serra foi alvo de operações da Polícia Federal neste mês por suposto caixa dois na campanha.
"Por consequência, todos os bens e documentos apreendidos deverão ser lacrados e imediatamente acautelados, juntamente com eventuais espelhamentos ou cópia de seu conteúdo, caso tenham sido realizados", acrescentou Toffoli.
SERRA VIRA RÉU
O juiz Diego Paes Moreira aceitou nesta quarta-feira 29/VII a denúncia da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo contra o senador José Serra, do PSDB, por lavagem de dinheiro transnacional. A filha do tucano, Verônica Serra, também virou ré.
Segundo a denúncia, nos anos de 2006 e 2007, Serra "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul".
"Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", sustenta o MPF.
"Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça", diz ainda a denúncia.
De acordo com a Procuradoria, Serra teria cometido crimes até 2014. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que crimes atribuídos a Serra cometidos até 2010 estavam prescritos.