Um Ministro de R$ 20 milhões!
O Príncipe Real é o da Esquerda...
O Conversa Afiada extrai da Crusoé trechos reveladores da fortuna do Ministrário Gilmar Mendes e sua mulher, advogada de escol:
Mas por que, afinal, o patrimônio de Gilmar Mendes e Guiomar Feitosa chamou a atenção (da Receita Federal)?
Ao menos uma parte da resposta para essa pergunta está em um levantamento minucioso feito por Crusoé a partir de informações públicas, como registros de transações imobiliárias, escrituras e contratos formalizados em cartórios do Brasil e do exterior. Casados em regime de separação de bens, Gilmar e Guiomar são donos de um vasto patrimônio, que inclui casas, apartamentos, fazendas e rebanhos de gado. Também são destinatários de vultosos pagamentos – ele, como sócio do IDP, o instituto de direito do qual é proprietário, e ela, como sócia de um escritório de advocacia estrelado com sede no Rio de Janeiro. São, ainda, tomadores de sucessivos empréstimos, no Brasil e na Europa, que justificam a constante ampliação do patrimônio da família — que, em uma conta bastante conservadora, ultrapassa a casa dos 20 milhões de reais.
Um dos imóveis adquiridos pelo casal é um apartamento de 137 metros quadrados e nove cômodos situado em uma das regiões mais nobres do centro de Lisboa, a capital de Portugal. Uma das cinco unidades de um prédio construído no século 19 e recém-reformado no Príncipe Real, área que virou objeto de desejo de milionários, o imóvel foi comprado pelo casal há pouco mais de dois anos. O contrato, assinado por Gilmar e Guiomar, registra que o negócio foi fechado por 550 mil euros – hoje, de acordo com estimativa de especialistas ouvidos por Crusoé, apartamentos similares na mesma região chegam a custar 1 milhão de euros (cerca de 4,2 milhões de reais).
O apartamento foi comprado pelos Mendes de um outro brasileiro, Márcio Corrêa da Silva, que havia adquirido o imóvel cinco meses antes por 500 mil euros. De acordo com os registros oficiais, do valor que Gilmar e Guiomar pagaram pela unidade, 350 mil euros foram financiados junto a uma agência do Santander em Portugal – o casal é titular de uma conta conjunta em uma agência do banco em Lisboa. Não há informações no contrato sobre a forma utilizada pelo casal para pagar os 200 mil euros restantes (algo próximo a 600 mil reais em valores da época) restantes. Em Portugal, a aquisição de imóveis acima de meio milhão de euros – como é o caso do apartamento adquirido pelo casal – dá direito ao chamado visto gold, que permite residência permanente no país.
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Gilmar Mendes é a grande estrela da família. Dono de faculdade e um dos mais influentes ministros do Supremo, ele concentra seu patrimônio sobretudo em Brasília e Diamantino, sua cidade natal, em Mato Grosso. Mas boa parte do dinheiro (e dos bens) do casal vem de sua mulher, a advogada Guiomar Mendes. De família rica com negócios no Ceará, ela é sócia de uma das bancas mais requisitadas (e caras) do Rio de Janeiro, a do advogado Sergio Bermudes. Documentos obtidos por Crusoé mostram que Guiomar recebe cerca de 280 mil reais por mês do escritório.
Ex-assessora em gabinetes de tribunais superiores em Brasília, Guiomar alcançou o sucesso na carreira depois do casamento com Gilmar, com quem, a despeito do casamento em regime de separação de bens, costuma compartilhar diversos negócios. A advogada declarou a polpuda renda de 268 mil reais em 2017, ao pedir um empréstimo de 1 milhão de reais à Caixa. O dinheiro seria usado para comprar uma casa no Lago Norte, em Brasília. Valor total do negócio: 1,4 milhão de reais. Era um plano de expansão da área onde o casal já tem uma casa, às margens do Lago Paranoá, com jardins bem cuidados que abrigam emas, lembrando os gramados extensos do presidencial Palácio da Alvorada. A mulher do ministro tem, ainda, outros 3 milhões de reais, em valor de mercado, em imóveis localizados na parte sul da cidade. São duas salas comerciais pequenas, com cerca de 30 metros quadrados cada, em áreas nobres de Brasília. É proprietária também de um flat, de valor estimado em 400 mil reais, e uma casa no Lago Sul, onde um imóvel vale pelo menos 1,6 milhões de reais.