Valdemar Costa Neto, novo aliado de Bolsonaro, vira réu por corrupção
No Globo - O ex-deputado federal e presidente do PL, Valdemar Costa Neto - condenado no mensalão e atualmente aliado ao governo Bolsonaro -, virou réu por peculato, corrupção passiva e fraude à licitação. Costa Neto é acusado de participar de um esquema de superfaturamento nas obras de trecho da Ferrovia Norte-Sul (FNS).
Além de Costa Neto, outros seis denunciados se tornaram réus: José Francisco das Neves, ex-presidente da Valec; Luiz Carlos Oliveira Machado e Gustavo Henrique Malaquias, ex-superintendentes de construção da Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias; Djalma Florêncio Diniz Filho, diretor-presidente da Pavotec; Itamar Antônio de Oliveira, então engenheiro fiscal da Valec (2000 a 2011); e Ricardo Ribeiro de Paiva, então engenheiro da empresa supervisora das obras.
O esquema tinha início com a formação de cartel por parte dos participantes das licitações para a obra da ferrovia. A partir daí, as empreiteiras combinavam quem venceria a licitação e superfaturavam o contrato.
De acordo com a denúncia do MPF, Valdemar Costa Neto dava sustentação política ao ex-presidente da empresa pública Valec José Francisco das Neves, que homologava os resultados das licitações, aprovava e assinava os contratos superfaturados e provenientes de fraudes à licitação.
Costa Neto cobrava, segundo a denúncia, vantagem ilícita, espécie de pedágio ou de luvas, para que novas emoresas ingressassem no cartel. As empresas Pavotec, Tejofran e Trial Infraestrutura, que nunca tinham feito doação eleitoral anterior ao PR ou a seus candidatos, após a solicitação de propina por Valdemar Neto, em 2010 e 2014, pagaram na forma de doação oficial quase R$ 1,2 milhão.
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Novo aliado
Em uma tentativa de reaproximação com partidos do Centrão, o presidente Jair Bolsonaro entregou a Diretoria de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao PL, sigla do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão. A nomeação de Garigham Amarante Pinto, assessor do partido na Câmara, foi publicada nesta segunda-feira, 18, no Diário Oficial da União.
Vinculado ao Ministério da Educação (MEC), o FNDE é um dos espaços mais cobiçados por políticos, com orçamento de R$ 29,4 bilhões neste ano. Foi por meio do órgão que a pasta contratou uma empresa para fornecer kits escolares a estudantes que, segundo o Ministério Público, está envolvida em um esquema que desviou R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e da educação na Paraíba.