Witzel tenta evitar retaliações políticas e econômicas
O Conversa Afiada reproduz do O Globo:
Aliados do governador Wilson Witzel (PSC) tentam evitar que o racha com a família Bolsonaro dê início a retaliações políticas e econômicas à sua gestão no Rio. Após o presidente Jair Bolsonaro acusar Witzel de vazar informações sigilosas para envolvê-lo nas investigações do caso Marielle , a relação entre os dois se deteriorou de vez e o troco é esperado no Palácio Guanabara. Interlocutores medem a temperatura da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde a fragilização da base do governador, que conta com deputados do PSL, pode abrir caminho até a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o suposto vazamento.
A possibilidade de o Rio não conseguir se manter no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), negociado com a União, também cresceu na última sexta-feira depois de o Conselho de Supervisão Fiscal recusar a proposta de adequação do estado . As conversas passam pelo Ministério da Economia, mas a palavra final é da Presidência.
Na terça, Bolsonaro subiu o tom dos ataques a Witzel e disse que tinha ouvido do governador, no início do mês, que seu nome seria implicado no caso Marielle. Bolsonaro já havia alfinetado o governador em um discurso no último dia 11, em Itaguaí, quando pediu uma conduta “ética, moral e sem covardia” enquanto olhava para o ex-aliado.
Um deputado da base bolsonarista disse ao GLOBO que uma CPI contra o governador começa a ser ventilada, embora ainda sem recolhimento de assinaturas. Parlamentares do PSL acreditam que a medida teria adesão entre deputados de outras legendas de oposição. Na quinta, em discurso no plenário da Alerj, o deputado Luiz Paulo (PSDB) defendeu uma “investigação profunda” sobre a conduta de Witzel e afirmou que um ato de improbidade “leva ao impeachment, se provado e demonstrado”.
Em meio à divisão que vive o PSL nacionalmente, não há determinação formal para que a bancada na Alerj, formada por 12 deputados, se volte contra Witzel. Mas tanto membros do PSL quanto da oposição admitem um clima pouco amistoso para o governador.
— O problema do Witzel é que ele está trabalhando com a Presidência na cabeça desde que assumiu o governo do estado — diz um deputado.
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