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Papa condena (Globo) quem manipula os jovens

Tem gente que manipula a ilusão, o inconformismo dos jovens. Quem ?
publicado 29/07/2013
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O Papa deu uma entrevista exclusiva a um repórter da GloboNews.

Nada mais natural.

Jamais, em Cracóvia, Guadajalara ou Adis-Abeba, o Papa receberá uma cobertura tão extensa e opressiva de uma emissora comercial, que explora, sob concessão e provisoriamente, um bem público, o espectro eletromagnético.

Muito natural, portanto.

Porém, o Papa deixou muito claro o que a Globo em seus noticiários omitiu.

É preciso ouvir os jovens, disse ele.

Mas, é importante, que não se deixem manipular, que não sejam manipulados.

Assim como se explora o trabalho escravo - continuou - tem gente que manipula a ilusão, o inconformismo dos jovens.

O que foi, exatamente, o que a Globo fez com as manifestações recentes - capturou-as.

Da mesma forma que, agora, a Globo capturou o Papa e o impôs a todos os espectadores de uma tevê aberta, aberta  a todos, católicos e não-católicos.

Em tempo: sobre o "engarrafamento" na chegada do Papa que a GloboNews, logo na saída do aeroporto, tratou de transformar num motivo para condenar a Dilma e seu Governo. O próprio Papa na entrevista, se disse um indisciplinado, que não obedece a segurança e quis, desde a escolha do tipo do papamóvel, aproximar-se o povo. Foram ele e seu motorista os responsáveis pelo engarrafamento. O que o zé Cardozo não teve coragem de dizer, desde o primeiro momento, quando a Globo pendurava a Dilma no poste.

Em tempo2: tratar o Papa de "Santo Padre" é uma impropriedade em que incorreram os devotos repórteres da Globo, como o que entrevistou o Papa. "Santo Padre" é uma forma que os católicos podem usar para se referir ao Papa Francisco I. Outros espectadores, não-católicos, não precisam ser submetidos a esse forma de intromissão.

Em tempo3: nesta segunda-feira pós-papalina, o Mau Dia Brasil censurou o Papa. Bem na hora em que ele ia criticar a Globo por manipular os jovens, a tesoura funcionou e a frase foi cortada abruptamente e ficou sem sentido. Ah, esse Gilberto Freire com "i"(*)... Nem o Papa se salva !


Paulo Henrique Amorim




(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

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