Kennedy e 1964: como arrombar porta aberta
A propósito do “furo” de reportagem “Kennedy cogitou (de) ação armada para depor João Goulart”, o Conversa Afiada recebeu o seguinte comentário de atento amigo navegante:
Paulo,
É impressionante como nossa imprensa cobre mal assuntos de grande relevância para o Brasil. Os jornais apresentam hoje como se fosse um furo de reportagem a gravação de diálogos do Kennedy na Casa Branca onde ele dá o sinal verde para o golpe militar no Brasil. O registro, bem como o de um diálogo do Johnson comemorando o golpe meses depois, já havia sido revelado no imperdível documentário de Camilo Tavares "O dia que durou 21 anos".
No entanto, os jornalões e as televisões passaram batido pelo filme, que foi exibido na TV Brasil, em salas de cinema e inclusive numa sessão especial no Palácio da Alvorada.
Só me pergunto: Por que? Provavelmente porque sequer destacaram um bom repórter para ver o documentário.
Sobre o mesmo tema, o Conversa Afiada recomenda também o documentário “Dossiê Jango”.
Ali se verá que – segundo o ínclito Waldyr Pires – Jango preferiu não resistir no Rio Grande do Sul, porque tinha a informação – de San Tiago Dantas – de que os americanos iam dividir o Brasil ao meio, como tinham feito, há pouco, na Coreia.
O “furo”, como se sabe, é de autoria do historialista – não é Historiador nem Jornalista – que usa múltiplos chapéus.
O “furo”, nos Estados Unidos, é um documento público.
“Privados” são os documentos dos arquivos do major Aquino Ferreira, em que se sustenta a extensa obra do historialista.
Arquivos acumulados quando o major servia no Palácio do Planalto, como funcionário público.
O historialista terá dificuldade em arrombar essa porta ainda que aberta – só ele sabe que os americanos derrubaram Jango.
Porque dele é a tese de que Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e cavalos.
Clique aqui para ler “Jango não foi deposto”, e aqui para ler “Kruel traiu Jango por seis malas de dólares”.
Paulo Henrique Amorim