FHC prega o Golpe com preconceito social
O Príncipe da Privataria no Estadão e no Globo, sob o título “vitoria amarga”.
(E a derrota, terá sido doce ? )
(...)
É indiscutível a legalidade da vitória, mais discutível sua legitimidade.
(…)
Metade, sim, mas que metade? É só ver os dados eleitorais com maior minúcia, município por município: a oposição ganhou, em geral, nas áreas mais dinâmicas do país, inclusive nas capitais onde há sociedade civil mais ativa, maior escolaridade, capacidade empreendedora mais autônoma e menos amarras aos governos. O lulo-petismo, nascido no coração da classe trabalhadora do ABC, recuou para as áreas do país onde a ação do governo supre a ausência de uma sociedade civil ativa e de setores produtivos mais independentes de decisões governamentais.
(…)
Este o xis da questão. Eleito com apoio dos mais dependentes (não só dos mais pobres, mas também dos dependentes “da máquina pública” e das empresas a ela associadas), o “novo” governo precisa fazer uma política econômica que atenda aos setores mais dinâmicos do país. Vem daí certa tristeza na vitória: a tarefa a ser cumprida seria mais bem realizada com a esperança, o ânimo e o compromisso de campanha dos que não venceram.
Começa que não foi metade.
Foi 52 a 48%.
Muito mais do que o Kennedy sobre o Nixon , o Bush sobre o Gore e o Hollande sobre o Sarkozy.
E nos Estados Unidos e na França ninguém falou em Golpe.
A “discutível legitimidade” é a senha para o Golpe do Aécio Never, que convoca os gatos pingados para a Avenida Paulista e não dá as caras.
O Príncipe Privateiro já tinha falado dessa “quase-ilegitimidade”.
Poderia se referir também à sua própria reeleição, comprada a peso de ouro pelo Operador Serjão – descrita no Príncipe da Privataria do Palmério Dória -, e confirmada pelos US$ 60 bilhões que o Clinton enfiou pela goela do FMI, para garantir a sobre-valorização do Real e a reeleição.
Por fim, o preconceito social contra os desinformados, os ignorantes, digamos, os bovinos.
Seria também racial ?
O que diria Florestan Fernandes, seu amado Mestre, a quem dedica um livro em que confessou usar o metodo marxista de analise social ?
(Depois, disse ao Mino que tinha tirado isso na segunda edição …)
O que diria Florestan desse conflito entre os “mais dinâmicos” os “dependentes” ?
Dá pra levar a sério ?
É o choro dos derrotados.
Não há substituto para a vitória, FHC, dizia o general MacArthur...
Chora !
Os incultos te governarão por mais quatro anos.
E talvez mais oito !
Paulo Henrique Amorim
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