A derrota se chama Dilma Rousseff
O Governo Dilma perdeu onde sempre perde: na Política.
Ao longo de um mês do segundo mandato é impressionante o conjunto de sucessivas derrotas – Políticas.
A forma de apresentar o “ajuste” do Levy, sem qualquer contra-partida política que acenasse ao seu eleitor.
Um projeto de imposto sobre grandes fortunas.
Uma remontagem da CPMF.
Ficou o Leyv sozinho no palco, com as platitudes neolibelês de sempre – e da oposição.
E o desastre ferroviário da Petrobras.
Onde a Graça arranjou esses R$ 88 bilhões ?
O que está aí dentro ?
A diretoria da Petrobras parece acoelhada diante do PiG, do Moro, da agências de risco…
Perdeu a capacidade de reagir e se defender – e de se ofender !
E agora essa vulcânica derrota para o Cunha significa a imediata abertura do processo de impeachment.
Como diz o Ataulfo Merval (ver no ABC do C Af), é disso que se trata: de impeachment.
O resto é o luar de Paquetá...
O candidato do Governo – o Chinaglia, que tem o carisma e a biografia de um anestesista de Pindamonhangaba – reuniu menos votos que a soma dos deputados dos partidos que o apoiavam.
O outro candidato da Oposição – do PSB, o partido do jatinho sem dono – Julio Delgado, teve cem votos.
O PT não terá um cargo na diretoria da Câmara, nem presidirá as comissões mais importantes, a de Constituição e a de Finanças.
As manchetes pigais estão certas: quem perdeu foi a Dilma.
Não foi o “Governo Dilma”, “o PT”, “a base aliada” que perderam.
Quem perdeu foi a Dilma, Presidente da República, Primeira Mandatária e Chefe Político do Governo.
E a derrota foi Política.
De política parlamentar e de Comunicação.
Não saber explicar o que faz.
Não persuadir.
O homem público é um ator: tem que ir ao palco se expor.
Não gosta ?
Melhor ser secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul !
A recusa em se expor, se COMUNICAR (caixa alta, revisor, por falta, não se intrometa ! - PHA) cristaliza a hegemonia das “ideias” do Levy.
E não saber articular os interesses políticos de seus eleitores, num Congresso retalhado pelo Baixo Clero, levará seu Governo a uma viagem de quatro anos pelo Lago Sul, na barcaça de Caronte.
Só falta, depois da acachapante derrota, chamar o Dunga.
Porém, o mais provável é que ela mantenha o Felipão.
O Mercadante e o zé da Justiça.
Sim, porque, o Rossetto, o Berzoini e o Pepe Vargas não nomearam ainda nem a secretaria.
E o Jaques Wagner era grande demais para Casa Civil.
Precisou ser escondido na Defesa...
É óbvio que essa aliança com o PMDB não vale uma ideia do Cerra.
A aliança se encerrou neste domingo.
Era de vidro e o Cunha quebrou.
A vitória do Cunha é também uma derrota do Michel Temer, a menos que o Temer seja um farsante incomparável.
Cunha desceu pela goela abaixo do Temer, como se fosse num tobogã.
O partido do Temer abriu ao meio.
No Senado, o Luis Henrique teve uma votação relevante.
Na Câmara, Cunha se impôs ao próprio partido (do Temer).
Portanto, a Dilma conta um PT miseravelmente derrotado, e com um PMDB onde vaca não conhece bezerro.
Cunha abriu o Governo Dilma ao meio.
Rasgou uma fenda geológica profunda.
Ou a Dilma se reinventa e manda os ineptos embora, ou será, como diz o mestre Mino, uma “lame duck” no primeiro mês de Governo.
Dilma, manda embora o Felipão Cardozo e o Dunga Mercadante !
Chama o Josep Guardiola.
A contagem regressiva para o impeachment começou.
Moro e a Globo já acertam os relógios !
Marcaram encontro no cafezinho ao lado do plenário da Câmara, à sombra do gênio de Athos Bulcão !.
Em tempo: liga o Vasco, leitor atento:
- Meu filho, é muito mais importante administrar a publicidade do Governo do que ser Ministro da Defesa ! E você ainda não percebeu isso !
Em tempo2: liga o Vasco de novo, aflito (ele conhece o Cunha de outros carnavais), com uma história "de época":
- Meu filho, o Carlito Rocha dizia que o pênalti era tão importante que deveria ser batido pelo Presidente do clube. A publicidade do Governo é tão importante que deveria ser administrada pelo Carlito Rocha !
Paulo Henrique Amorim
Leia também: